A sustentabilidade “já não é opcional” para as empresas
A Caixa Geral de Depósitos organizou mais uma edição dos Encontros Fora da Caixa, em Évora, dedicada ao tema “Os desafios das empresas na era ESG”.
As estratégias ESG (ambientais, sociais e de boa governação) deixaram de ser opcionais para as empresas. Tornaram-se uma obrigação imposta pelos consumidores, pelo sistema financeiro, pelas instâncias de regulação e até pelos jovens mais qualificados, que em 80% dos casos preferem trabalhar em empresas comprometidas com a sustentabilidade. A opinião é do presidente do Conselho Executivo da Caixa Geral de Depósitos (CGD), Paulo Moita de Macedo, que esta sexta-feira organizou mais uma edição dos Encontros Fora da Caixa, em Évora, dedicada ao tema “Os desafios das empresas na era ESG”.
Rodrigo Tavares, professor de finanças sustentáveis na Nova SBE, acompanha a opinião de Paulo Moita de Macedo, defendendo até que os objectivos ESG se estão a tornar de tal forma prioritários nas necessidades das empresas que em breve se tornarão tão comuns ou rotineiros como o planeamento financeiro ou o desenvolvimento de novos produtos. Mas se a adopção de medidas para preservar o ambiente, garantir a igualdade de género no universo dos trabalhadores ou aplicar práticas de gestão que promovam a transparência e combatam a corrupção se vai tornando uma norma, há ainda uma série de barreiras a ultrapassar.
No ano passado, um estudo da ManPower Group indicava que 91% das empresas portuguesas sentiam não dispor de “talento” para promover as suas estratégias ESG, notou Rodrigo Tavares. As dificuldades, nota o académico, são mais notórias nas PME, que representam a maioria esmagadora do universo empresarial português. Mas até empresas com dimensão e projecção internacional como a têxtil Lameirinho se incluem nesse grupo. A solução, diz o administrador José Miguel Coelho Lima, é recorrer ao apoio das consultoras de gestão.
A incrementação de métricas para avaliar a adopção e o cumprimento dos objectivos ESG varia também entre as empresas de diferentes sectores. Para uma indústria que trabalha com um produto florestal como a Corticeira Amorim, aplicar esses objectivos é uma questão existencial. E como em causa está não apenas a actividade de transformação da cortiça, mas toda fileira que vai da produção florestal até ao consumidor final, a Amorim desenvolveu em conjunto com a Caixa uma iniciativa que premeia com melhores condições de acesso aos financiamentos os parceiros que se empenham no cumprimento dos objectivos ESG. “É um exemplo que pode ser replicado em outras fileiras”, considera João Tudela Martins, administrador da CGD.
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