“PS viabiliza governo minoritário do PSD se não conseguir maioria alternativa”, diz Alexandra Leitão

Coordenadora do programa eleitoral do PS secunda declarações de Pedro Nuno Santos na campanha, que são diferentes do que o líder do PS disse no debate com Luís Montenegro.

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No debate, Luís Montenegro fugiu a dizer se ajudará à queda de um governo minoritário do PS. Nuno Ferreira Santos
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Depois das várias versões de Pedro Nuno Santos sobre a viabilização, pelo PS, de um executivo minoritário da AD, a coordenadora do programa socialista, Alexandra Leitão, veio nesta quinta-feira de manhã esclarecer que aquilo que o PS diz "é que, se porventura não ganhar as eleições de 10 de Março, viabiliza um governo minoritário do PSD, desde que não consiga ter uma maioria alternativa na Assembleia para constituir governo".

Alexandra Leitão, que falava no programa Explicador, da Rádio Observador, deixou várias críticas ao presidente do PSD que, na sua visão, "nem sequer diz o que faz a 11 de Março", isto é, se o cenário for o oposto, com o PS a ganhar as eleições com maioria relativa mas sem maioria de esquerda no Parlamento, se Luís Montenegro viabiliza ou não um executivo minoritário socialista.

No entanto, essa primeira viabilização de um executivo da Aliança Democrática (a coligação PSD/CDS/PPM) não implica que o PS garanta a estabilidade governativa por mais de seis meses: a ainda deputada e ex-ministra defende que "não se pode pedir ao PS que, quase a um ano de distância de um eventual orçamento para 2025, venha dizer o que faz" em relação a tal documento.

"Uma coisa é, naturalmente, a viabilização num primeiro momento; outra coisa diferente são orçamentos subsequentes, e aí, obviamente, o que se espera do Partido Socialista é que seja oposição e não obviamente que seja uma muleta do Partido Social-democrata", acrescentou Alexandra Leitão.

A coordenadora do programa vem juntar a sua explicação às várias que Pedro Nuno Santos tentou fazer nas diversas acções de campanha em que participou desde a manhã de terça-feira, depois de na segunda-feira à noite, no frente-a-frente com Luís Montenegro ter sido taxativo ao dizer que não deitará abaixo, logo na discussão do programa de governo, um executivo minoritário da AD, ao contrário do que António Costa fez com Pedro Passos Coelho e Paulo Portas (da coligação Portugal à Frente) em Novembro de 2015. Na altura, o PS entregou uma moção de rejeição ao executivo de direita, cuja coligação tinha vencido as eleições mas com maioria relativa, e teve o apoio do PCP, BE e PEV na votação.

"Quero aqui deixar claro que o PS, se não ganhar... é para isso que estamos a trabalhar, mas, por humildade democrática, tudo pode acontecer... Quero deixar claro que o PS não apresentará moção de rejeição nem viabilizará nenhuma moção de rejeição se houver uma vitória da AD, que nos esperamos sinceramente que nunca aconteça", afirmou Pedro Nuno Santos no início do debate, sem nunca mencionar qualquer outro cenário como o de ter uma maioria de esquerda, como viria a acrescentar nas declarações, já em campanha, nos dias seguintes.

Mesmo antes disto, criticara o "tabu" de Luís Montenegro que, questionado sobre a necessidade de viabilização de pelo menos um primeiro orçamento de um executivo minoritário, não fizera qualquer referência sobre o que fará se o PS ganhar as eleições com maioria relativa.

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