O Guinness World Records anunciou, esta quinta-feira, que retirou o título de cão mais velho de sempre a Bobi por “não ter provas suficientes” para verificar a idade do animal, lê-se no site.
“Os dados do microchip, provenientes da base de dados do Governo português, o SIAC, foram fundamentais para a prova do Bobi, que, ao que parece, quando foi registado em 2022, não exigia prova de idade para cães nascidos antes de 2008. Como a declaração veterinária adicional fornecida como prova da idade do Bobi também cita estes dados do microchip, ficamos sem provas conclusivas que possam atestar definitivamente a data de nascimento do Bobi”, adianta Mark McKinley, director dos Recordes do Guinness.
“Sem qualquer prova conclusiva disponível, neste momento, não podemos manter o Bobi como detentor do recorde e afirmar honestamente que mantemos os elevados padrões que estabelecemos”, acrescentou.
Segundo o Guinness, Leonel Costa, dono do cão, já foi avisado da perda dos títulos. O P3 tentou contactar o dono, mas não obteve resposta até à publicação desta notícia.
O site de recordes abriu uma investigação no final de 2023, depois de o cão de Conqueiros, Leiria, ter morrido. Nessa altura, vários veterinários entrevistados pelo Guardian afirmaram ter dúvidas sobre se o cão tinha realmente 31 anos como o dono, Leonel Costa, e a família, sempre garantiram.
Bobi recebeu os dois títulos em Fevereiro de 2023 e morreu em Outubro de 2023.
Numa das entrevistas que deu ao P3 sobre a longevidade do cão, Leonel Costa revelou que o processo de candidatura e obtenção dos recordes demorou quase um ano.
Contactado pelo P3 em Janeiro, Eurico Cabral, do Sistema de Informação de Animais de Companhia (SIAC), disse que Bobi está registado na base de dados desde 3 de Junho de 2022, mas observou que o sistema não verifica a data de nascimento do animal.
“Aquando do registo, o titular do animal declarou que o mesmo [animal] nasceu em 1992, mas não temos qualquer registo que comprove ou desminta esta declaração”, respondeu o porta-voz por email.
O responsável pelos recordes do Guinness adiantou ainda que não existem, por enquanto, condições para revelar quem é o novo detentor do título de cão mais velho de sempre, uma vez que não é obrigatório colocar microchip nos animais em todos os países.
Desde que surgiram dúvidas sobre a idade de Bobi, o Guinness mudou as regras e passou a pedir provas documentais de todos os anos de vida dos animais de companhia, para comprovar a idade. A par disto, continuará a pedir aos donos o registo dos animais, assim como exames e avaliações de veterinários. “É por esta razão que ainda não estamos em posição de confirmar um novo detentor do recorde, embora esperemos que a publicidade em torno do título-recorde encoraje os donos de animais de todo o mundo a entrar em contacto connosco.”