Num mês carregado, o Sporting não quer deixar nada para trás

Depois de um triunfo por 1-3 na primeira mão, “leões” disputam nesta quinta-feira, em Alvalade, o acesso aos oitavos-de-final da Liga Europa com o Young Boys.

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Gyökeres marcou um dos golos do triunfo do Sporting em Berna EPA/ANTHONY ANEX
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Só em 2024 o Sporting já disputou dez jogos – podiam ter sido 11 se o jogo em Famalicão não tivesse sido adiado, ou até 12 se tivesse chegado à final da Taça da Liga. Mas os “leões”, com excepção do desaire em Leiria com o Sp. Braga, têm lidado bem com a sobrecarga e, nesta quinta-feira, terão mais um teste de resistência, ao receberem o Young Boys no jogo da segunda mão do play-off de acesso aos oitavos-de-final da Liga Europa (20h, SPTV1).

A equipa de Rúben Amorim está bem lançada para o apuramento, depois do triunfo por 1-3 em Berna, mas o técnico “leonino” alerta para um “jogo muito perigoso” e, mesmo definindo o campeonato como prioridade, não quer deixar nenhuma competição para trás. O sucesso nesta ronda com o actual líder do campeonato suíço vai manter o calendário do Sporting carregado até à pausa para as selecções a meio de Março, com dois jogos por semana.

Os “leões” já têm agendados quatro jogos para o campeonato (Rio Ave, Farense, Arouca e Boavista) e um para a Taça de Portugal (Benfica), e terão mais dois, a 7 e 14 de Março. Sem tempo para respirar e sem margem para errar, Amorim quer manter o calendário carregado: “A nossa prioridade é o campeonato, mas não queremos deixar a Liga Europa. É um mundo de diferença. Quando isto equilibrar, não vamos dizer que 'não' a nenhuma prova.”

O Sporting tem uma boa margem de manobra para este segundo confronto com a formação suíça, mas Amorim não dá nada por garantido e até espera um Young Boys diferente do da primeira mão. “Se eles pressionaram o Manchester City, vão pressionar o Sporting. Têm de marcar golos, assim como nós. Marcando um golo, ajuda muito no desenrolar do jogo. Acho que vão mudar algumas peças, Elia poderá jogar de início, Monteiro também. Isso muda a forma de atacar do adversário”, assinalou Amorim, que classificou o jogo como “muito perigoso” em que “está tudo em aberto” e em que os jogadores “vão ter de correr e sofrer muito”.

O calendário carregado obriga à gestão e Amorim admite que o vai fazer nesta quinta-feira. Usando o jogo da primeira mão como referência e o padrão habitual das substituições do técnico sportinguista, é provável que jogadores como Ricardo Esgaio, Daniel Bragança, Marcus Edwards ou até Luís Neto (que marcou presença na conferência de imprensa) entrem no “onze”. Paulinho não irá jogar, St. Juste talvez entre. O avançado “não está apto” e não tem data para regressar, enquanto o central neerlandês, que não joga desde 4 de Dezembro, está entre os eleitos para o jogo e pode ter minutos “se o jogo o pedir”.

Assumindo que a prioridade é o campeonato, onde os “leões” partilham a liderança com o Benfica e com menos um jogo, quais são as ambições do Sporting na Liga Europa? Chegar à final de Dublin? Amorim diz que ainda é cedo para pensar nisso. “Na Liga Europa ainda estão equipas de grande qualidade. Depois entra-se numa altura em que clubes como o Liverpool conseguem rodar mais e manter o nível, e nós ainda não estamos habituados. Não podemos perder pontos no campeonato e depois podemos apanhar um Liverpool ou um Bayer Leverkusen.”

Do lado suíço, o técnico Raphael Wicky considera que terá uma missão difícil, mas espera reproduzir em Alvalade algo do que mostrou na Liga dos Campeões, em que ganhou ao Estrela Vermelha e deu trabalho ao Manchester City (mas perdeu): “Já fizemos jogos muito bons, como em Belgrado e contra o Manchester City em casa, onde fomos muito disciplinados. Quanto a jogos perfeitos, ainda não tivemos um assim contra equipas grandes. Estamos a perder por dois golos de diferença e vamos jogar em casa de uma equipa que é fortíssima. Mas temos de acreditar.”

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