Protesto junto ao Capitólio: IL critica forma como tudo aconteceu. Livre alerta para aproveitamento político

Rui Rocha diz-se solidário com a luta das forças de segurança, mas critica a forma como protestaram. Rui Tavares defende que “todos devem cumprir com os pilares do Estado de direito”.

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Polícias e guardas concentraram-se na Praça do Comércio e rumaram ao Teatro Capitólio Nuno Ferreira Santos
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Os líderes da Iniciativa Liberal e do Livre pronunciaram-se esta quarta-feira sobre o protesto que juntou elementos da PSP e GNR junto ao Teatro Capitólio na passada segunda-feira. O liberal Rui Rocha diz-se solidário com a luta dos polícias, mas critica a forma como esta manifestação foi feita. Já o co-porta-voz do Livre, Rui Tavares, alerta que as forças de segurança podem estar a abrir a porta a aproveitamentos políticos.

Rui Rocha mostrou-se solidário com os motivos que levaram a que alguns polícias e guardas se manifestassem à porta do Capitólio, onde o líder do PS e da AD iam debater, mas criticou a forma como este protesto foi feito. "Compreendemos a insatisfação dos polícias, mas exigimos que essa insatisfação se prenuncie dentro da legalidade. É dentro da lei que os protestos dos polícias devem ser feitos e é ai que têm mais força", disse o liberal à margem da apresentação do Pacto Social da Confederação Empresarial Portuguesa (CIP).

Em causa está a exigência, por parte dos elementos da PSP e da GNR, de um suplemento idêntico ao atribuído à Polícia Judiciária.

O líder dos liberais concordou ainda com a abertura de um processo de inquérito à Inspecção da PSP pelo director nacional: "O que se conhece sobre o contexto em que essa manifestação, nos termos em que foi feita, é que não estava autorizada numa parte do percurso. Parece-me normal que haja um inquérito para apurar as circunstâncias em que essa manifestação aconteceu."

"Todos devem cumprir com os pilares do Estado de direito"

Já o porta-voz do Livre alerta para o perigo de eventuais aproveitamentos políticos deste protesto espontâneo por parte dos que "querem tomar o poder para não mais o largarem". "As forças de segurança podem estar a abrir a porta para aproveitamentos políticos daqueles que, na verdade, só lhes interessa as regras da democracia para tomarem o poder e nunca mais o largarem", alertou Rui Tavares, no final de um encontro com representantes do Sindicato Independente dos Médicos.

E lembrou que este aproveitamento já aconteceu noutros países, verificando-se depois que "os que prometem a ordem trazem o caos, e os que prometem a limpeza acabam a conspurcar as instituições". Para Rui Tavares "todos devem cumprir com os pilares do Estado de direito".

"Não contam connosco para pôr a segurança em causa"

Nas declarações prestadas à margem da apresentação do Pacto Social da CIP, houve ainda espaço para Rui Rocha defender que "é uma enorme irresponsabilidade aceitar o princípio do direito à greve dos polícias". "Perguntam: não há funcionários públicos que fazem greve? Há. Os médicos fazem greve, mas há uma enorme diferença", clarificou o liberal.

E apontou depois as diferenças entre uma greve de polícias e de médicos: "Ninguém fica doente de propósito num dia em que os médicos fazem greve. Quem pretende cometer actividade criminosa fará actividade criminosa de propósito no dia em que os polícias estiverem de greve". "Não contam connosco para pôr a segurança dos portugueses em causa", sublinhou.

Notícia actualizada às 13h50 com declarações de Rui Tavares