A Sala de Professores, Iron Claw e outros filmes para ver esta semana
O Ípsilon e o Cinecartaz trazem novas propostas cinematográficas que farão valer muito a pena uma ida ao cinema.
Idealista e com um apurado sentido de justiça, Carla Nowak começa o ano como professora de Educação Física e Matemática numa nova escola secundária. Tudo parece correr bem, até se deparar com uma onda de furtos na sala dos professores.
Quando um estudante turco é acusado do roubo pelo simples facto de ter sido encontrado dinheiro na sua mochila, a professora Carla resolve não se deixar influenciar pelo preconceito e encontrar provas concretas. Mas à medida que se depara com algumas pistas, é confrontada com uma série de situações que trarão consequências terríveis para si e para toda a comunidade escolar.
Estreado no Festival de Cinema de Berlim, nomeado para o Óscar de melhor filme internacional (Alemanha) e considerado um dos cinco melhores filmes internacionais de 2023 pela associação National Board of Review (NBR), este drama tem realização de Ilker Çatak, que co-escreveu o argumento com Johannes Duncker.
Depois do seu sucesso na NWA (National Wrestling Alliance) durante as décadas de 1950/60, Fritz Von Erich (nascido Jack Barton Adkisson, em 1929) tornou-se treinador de Kevin, David, Kerry e Mike, quatro dos seus seis filhos.
Mas a sua personalidade dominadora e exigente criou uma enorme pressão sobre os rapazes, incentivando a competição entre eles sem nunca lhes dar margem para falhas, resultando em vários triunfos, mas também numa grande tragédia familiar.
Iron Claw mostra a história deste clã sob o ponto de vista de Kevin, o único sobrevivente dos irmãos, e cujos filhos Ross, Marshall e Lacey se tornaram a terceira geração de Von Erich no ringue.
Um drama realizado e escrito por Sean Durkin (Martha Marcy May Marlene, O Ninho) que conta a história da família Von Erich, famosa no competitivo mundo do wrestling profissional norte-americano.
Com Holt McCallany a dar vida ao patriarca da família, o elenco conta ainda com Zac Efron, Harris Dickinson, Jeremy Allen White, Stanley Simons, Maura Tierney e Lily James.
Itália, Inverno de 1900. Depois de um parto demorado, Agata (Celeste Cescutti) deu à luz a sua filha morta. Para tornar o seu desgosto ainda mais profundo, foi-lhe ensinado que, segundo a tradição católica, alguém que não tenha dado o primeiro suspiro não pode ser baptizado, o que significa que a alma da criança está condenada a vaguear no limbo durante a eternidade, longe da presença de Deus.
Mas há quem diga que existe uma pequena igreja, num lugar isolado nas montanhas, onde nados-mortos podem ser ressuscitados por um breve momento, para que possam ser purificados pelo baptismo e autorizados a atravessar as portas do Céu.
Desesperada por libertar a alma da sua bebé, Agata retira o corpo da sepultura, que coloca numa caixa, e parte em direcção às montanhas. No caminho, conhece Lynx (Ondina Quadri), um rapaz que conhece bem a zona e que se oferece para a ajudar em troca do conteúdo da caixa. Mas o percurso é acidentado e, até chegarem ao destino, os dois vão ter de enfrentar muitos perigos.
Apresentado nos Festivais de Cinema de Cannes, Toronto ou Annecy, e vencedor da 14.ª edição da Festa do Cinema Italiano, um drama que tem por base uma crença popular italiana. A realização é de Laura Samani, que aqui se estreia em longa-metragem.
Em 2016, a tunisina Olfa Hamrouni fez de tudo para chamar a atenção da comunicação social para o caso de Ghofran e Rahma, as suas duas filhas adolescentes, que fugiram de casa para se juntarem ao autoproclamado califado do Daesh, na Líbia, onde acabaram detidas por uma milícia anti-ISIS.
O caso daquela família não era único no país ou no mundo, mas Olfa ultrapassou a vergonha que outros sentiram e tornou pública a história de radicalização das filhas, num esforço de sensibilizar a opinião pública e obter ajuda das autoridades para as trazer de volta a casa.
Sete anos depois, a realizadora Kaouther Ben Hania – nomeada para o Óscar de melhor filme internacional com O Homem Que Vendeu a Sua Pele, também inspirado em eventos verídicos – alia-se a Olfa e às suas duas filhas mais novas, Eya e Tayssir, para fazer este filme, onde elas se misturam com actrizes reais para contar a sua história.
Nova Inglaterra, Dezembro de 1970. Austero, rabugento e muito desiludido com o mundo, o professor Paul Hunham (Paul Giamatti) é desconsiderado por todos, sejam eles seus alunos, colegas ou funcionários do conceituado Barton Academy, o colégio interno onde lecciona há anos.
Dada a sua baixa popularidade, e como não tem família com quem passar a época natalícia, é seleccionado pelo director para ficar na escola para supervisionar Angus (Dominic Sessa), um adolescente muito indisciplinado que não tem ninguém que o espere em casa.
Com a ajuda e o exemplo da generosa Mary (Da'Vine Joy Randolph), a responsável pelo refeitório da escola, que tenta lidar o melhor que pode com a morte do filho, Paul e Angus vão tentando encontrar formas de abandonarem as hostilidades e de se reconciliarem um com o outro.
Nessas duas semanas de Natal os três vão partilhar experiências e formar uma aliança tão inesperada quanto profunda, que em muito se assemelha à família que cada um deles deseja… e de que tanto precisa.
Nomeado para cinco Óscares, entre eles o de melhor filme, actor (Giamatti) e actriz secundária (Joy Randolph), uma comédia dramática realizada por Alexander Payne (As Confissões de Schmidt, Sideways, Os Descendentes, Nebraska, Pequena Grande Vida), que segue uma argumento de David Hemingson.