José de Guimarães doa 98 peças ao município de Guimarães

Nova doação vem complementar um primeiro conjunto de 30 peças que o artista ofereceu à cidade em 1992.

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O Centro Internacional das Artes José de Guimarães exibe em permanência 1128 peças Adriano Miranda
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O artista José de Guimarães vai doar 98 peças ao município de Guimarães. A formalização da doação acontecerá no sábado, às 11h, na presença do próprio, anunciou o Centro Internacional das Artes José de Guimarães (CIAJG).

Em respostas por escrito à Lusa, a directora artística do CIAJG, Marta Mestre, disse que a doação inclui obras do próprio artista, mas também peças de arte africana.

Esta é a segunda doação que José de Guimarães faz ao município, depois de uma primeira, em 1992, um conjunto de 30 peças. As restantes obras da sua colecção actualmente em exibição na exposição permanente do CIAJG encontram-se ali depositadas em regime de comodato.

Em comunicado divulgado na semana passada pela cooperativa municipal A Oficina, que gere o CIAJG, a doação foi classificada como "um gesto simbólico que renova o projecto cultural do CIAJG e os desígnios da sua missão, projectando um compromisso para o futuro".

"Desde 2012, o CIAJG acolhe uma parte significativa do projecto cultural e do trabalho autoral de José de Guimarães, com base no acordo de comodato firmado entre o artista e o município de Guimarães. Hoje, o museu expõe em permanência um acervo de 1128 objectos, proporcionando a fruição da obra de José de Guimarães pelo público", recordou A Oficina.

José de Guimarães, nome artístico, nasceu em 1939 naquela cidade minhota e começou a trabalhar como artista na década de 1960, tendo sido bolseiro da Fundação Calouste Gulbenkian em 1976 e 1977.

"José Maria Fernandes Marques decidiu adoptar, como pseudónimo, o nome da sua cidade de origem, após ter trabalhado como geólogo, engenheiro e arqueólogo. Embora tivesse viajado por França, Itália e Alemanha no início dos anos 60, a sua carreira definir-se-ia pela descoberta de regiões distantes e incomuns, de África ao Japão, do México à China. Cada uma destas culturas estimulou-o a desenvolver uma linguagem universal e a transmitir um universo imaginário que, afinal, reaviva a memória da própria História portuguesa", lê-se na biografia do artista publicada pela Fundação Calouste Gulbenkian.

Estudante da Academia Militar e engenheiro formado pela Universidade Técnica de Lisboa, a sua vocação artística "foi efectivamente despertada em 1967, ano em que atravessou o continente e rumou a Angola para trabalhar como engenheiro militar".