Açores: IL e PAN não anunciam sentido de voto ao programa do governo de Bolieiro

Viabilização pela IL de um executivo minoritário de Bolieiro depende do respeito pelas “linhas vermelhas” do partido. PAN só se pronuncia após conhecer programa do governo.

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José Manuel Bolieiro lidera a coligação PSD/CDS/PPM e insiste em formar um governo minoritário Rui Gaudencio
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Os líderes do PAN e da Iniciativa Liberal foram ouvidos esta terça-feira, terminando assim o segundo e último dia de audições aos partidos pelo representante da República para os Açores no seguimento das eleições para a Assembleia Regional, a 4 de Fevereiro.

O coordenador da IL na região anunciou que o sentido de voto ao programa do governo depende de o documento respeitar as "linhas vermelhas" do partido. Já o porta-voz do PAN-Açores só anunciará a sua posição quando conhecer o documento, e critica a falta de diálogo da coligação liderada por José Manuel Bolieiro.

"A coligação PSD/CDS/PPM sabe perfeitamente quais são as nossas linhas vermelhas. Se estiverem garantidas que não são ultrapassadas, quer no programa do governo, quer no primeiro Orçamento da região, a Iniciativa Liberal está cá para assumir as suas responsabilidades", afirmou Nuno Barata.

O deputado único da IL na região disse, após a audição com o representante da República, Pedro Catarino, que considera que "deve ser o partido mais votado" a formar governo. E alegou que a estabilidade do executivo está nas mãos da coligação e de outros partidos, sublinhando que ainda não houve "qualquer tipo de contacto" com os partidos da coligação.

A IL impõe como condições para viabilizar os documentos "um orçamento que não tenha dívida e um programa do governo que não seja socialista", diz Nuno Barata, descartando aumentos de "cargos de nomeação política, pessoas a mais no governo, mais burocracia, mais taxas, mais taxinhas, mais problemas na vida dos cidadãos e mais dívida para pagarmos no futuro com impostos".

Em 2020, o deputado da IL assinou um acordo de incidência parlamentar com o PSD, assegurando à coligação (em conjunto com outro entendimento assinado pelo PSD com o Chega) a maioria de deputados na Assembleia Legislativa. Agora, Nuno Barata descarta repetir um acordo.

Já Pedro Neves, deputado único do PAN na região, anunciou que não ia "dizer qual é o sentido de voto", porque o partido não tem "qualquer documento, nem a indigitação de governo nenhum".

À saída da audição com Pedro Catarino, o porta-voz regional do PAN lamentou que alguns partidos tenham anunciado o seu sentido de voto antes de conhecerem o programa, como PS e Bloco. O deputado do PAN acusou ainda a coligação PSD/CDS/PPM de estar "de costas voltadas para todos", e de não falar nem discutir com os partidos políticos.

Para viabilizar o programa do governo, o PAN impôs como condição o reforço da "diversidade do sector primário", mas garantiu que vai colocar a estabilidade da região "acima da ideologia partidária".

PS, Bloco de Esquerda e Chega foram ouvidos na segunda-feira por Pedro Catarino. Os dois primeiros partidos votarão contra um programa do governo da coligação, enquanto o Chega fará depender o voto do conteúdo do documento e da composição do executivo. Na tarde desta terça-feira, terminadas as audições, o representante da República dos Açores deverá indigitar um novo presidente do Governo Regional. Este tomará posse perante a Assembleia Legislativa, cuja instalação está marcada para quinta-feira.