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O “ponto de encontro” de Piódão chegou aos finalistas do prémio de arquitectura Mies van der Rohe
Os arquitectos destacam uma "intervenção silenciosa" que evidencia o que já existia na aldeia. O projecto vencedor é conhecido a 25 de Abril.
É um espaço circular, de xisto e ardósia, que recebe os visitantes de Piódão e funciona como “ponto de encontro” dos habitantes da aldeia, descrevem os arquitectos responsáveis pelo projecto.
É neste largo que estão os cafés, os restaurantes, a igreja, posto de turismo e outras antigas casas de pedra que seguem pelas ruas íngremes da Serra do Açor, em Arganil, Coimbra. Está entre os sete projectos finalistas do prémio de arquitectura Mies van der Rohe, anunciou a fundação esta terça-feira, 19 de Fevereiro.
O espaço, que o júri do concurso descreve como um “átrio acolhedor”, é assinado pelos arquitectos João Branco e Paula Del Río, do atelier Blanco Del Río, que procuraram transformar o largo que todos usavam como estacionamento num espaço de convívio social, totalmente pedonal e de fácil acesso.
“Receber esta distinção é incrível. É uma requalificação silenciosa e anónima. Quem lá for e não souber que este projecto aconteceu penso que acredita que sempre foi assim”, destaca João Branco. Segundo o arquitecto, a intervenção procurou, acima de tudo, uma limpeza do espaço e evidenciar o que já existia.
Ao mesmo tempo em que redesenhavam o largo, renovaram o Posto de Turismo por dentro e por fora. No interior, optaram por chão de madeira, paredes brancas e as janelas azuis. “Na aldeia chamam-lhe azul Piódão e há muitas casas com caixilharias pintadas dessa cor”, explica Paula Del Río.
O projecto ficou concluído em 2023 e é um dos dois finalistas do prémio na categoria Emergentes. Da lista de sete finalistas do Mies van der Rohe fazem ainda parte a Biblioteca Gabriel García Marquez, em Barcelona, a Galeria de Arte Contemporânea Platoem Ostrava, na República Checa, o Pavilhão de Estudos no Campus da Universidade Técnica de Braunschweig, na Alemanha, a Escola Reggio, em Madrid, o Renascimento do Convento Saint-François em Sainte-Lucie-de-Tallano, em França, e o Hageem Lund, na Suécia.
"O júri considera que os sete trabalhos finalistas incentivam e tornam-se modelos e referências para as políticas urbanas locais, uma vez que todos eles criam ambientes de vida inclusivos de elevada qualidade. A maior parte deles transforma e melhora as condições de comunidades bastante pequenas em locais que passaram por variados processos de esquecimento: antigas zonas industriais, pequenas aldeias rurais e periferias urbanas", lê-se no comunicado citado pela Lusa.
Em Março, o júri vai visitar os sete projectos finalistas e os vencedores serão conhecidos a 25 de Abril, esclarece a organização, acrescentando que a entrega do prémios está marcada para 14 de Maio.