A estátua de Amy Winehouse, em Camden, Londres, foi alvo de uma manifestação pró-Palestina, a propósito do conflito na Faixa de Gaza. No colar da cantora com uma estrela de David foi colocado um autocolante em prol da causa palestiniana, acção que foi de imediato condenada pelo secretário de Estado do Ambiente, Steve Barclay. A polícia está a investigar o incidente.

Em declarações à Sky News, o governante classificou o incidente como “inacreditável” e “preocupante”, reconhecendo que podia “causar alarme e preocupação especialmente na comunidade judaica” ─ a estrela de David é o símbolo do povo judeu. E Steven Barclay prometeu continuar a lutar contra o anti-semitismo: “Mantemo-nos como um governo comprometido em combater o anti-semitismo.”

As autoridades também frisaram que o incidente pode ter “perturbado muitas pessoas” e referem em comunicado: “Estamos a proceder a inquéritos com o mercado de Camden para avaliar as circunstâncias e as provas, como as filmagens de segurança, que possam estar disponíveis.”

Entretanto, também já reagiram os donos do mercado de Camden, onde está a estátua, garantido que o autocolante foi “imediatamente removido”. E asseveram: “O mercado de Camden mantém-se, acima de tudo, um local de diversidade ─ um destino global que recebe todos. Qualquer forma de discriminação na nossa propriedade não será tolerada.”

Amy Winehouse era descendente de uma família judaica, apesar de nunca ter sido especialmente comprometida com a tradição religiosa. “Nenhum de nós era particularmente religioso, mas sempre fomos culturalmente muito judeus”, contou o manager da artista, Nick Shymansky, citado pelo The Guardian. Enquanto criança, a cantora frequentou a aprendizagem religiosa na sinagoga e era frequente vê-la a usar o colar com a estrela de David, como o que está na estátua.

O jornal britânico contactou a Fundação Amy Winehouse, mas não obteve nenhuma reacção. A cantora, que vivia nas imediações do mercado de Camden, morreu em 2011, aos 27 anos.