Euribor sobe nos três prazos à espera de sinais de corte dos juros pelo BCE
Taxas associadas ao crédito à habitação têm registado pequenas variações. Próxima reunião do BCE é a 7 de Março.
As taxas de juro Euribor, que estão presentes na maioria dos créditos à habitação, subiram esta terça-feira a três, a seis e a 12 meses face a segunda-feira, mantendo-se abaixo de 4% nos três prazos. Com as alterações de hoje, a Euribor a três meses, que avançou para 3,943%, ficou acima das taxas a seis meses (3,928%) e a 12 meses (3,686%).
Depois de uma queda mais acentuada no arranque do ano, as Euribor têm registado pequenas variações nas últimas semanas, um comportamento explicado pelo facto de o Banco Central Europeu (BCE) ter rejeitado, na última reunião, uma descida das suas taxas directoras antes do Verão, contrariando a expectativa de uma descida mais cedo.
O valor das taxas directoras do BCE, nomeadamente a dos depósitos, que está em 4%, tem sido determinante para a evolução das Euribor, fixadas diariamente no mercado monetário.
O mercado aguarda agora a mensagem que sairá da reunião de 7 de Março do BCE, tendo em conta que, se, por um lado, a inflação na zona euro ainda não atingiu um patamar desejado, por outro, há sinais preocupantes ao nível do desempenho das economias europeias, com destaque para a alemã, que depois da recessão em 2023 deverá ter um crescimento anémico este ano.
Apesar do compasso de espera das Euribor, fixadas a partir das taxas de juro que um conjunto de bancos está disponível a emprestar dinheiro entre si, o mercado continua a antecipar a aceleração de descida nos próximos meses. As taxas forward da Euribor a seis meses apontam para 3,66% a meio de Abril, 3,36% em Julho e ficam abaixo de 3% a partir de Outubro.
A Euribor a 12 meses, actualmente a mais utilizada em Portugal nos créditos à habitação com taxa variável – e que esteve acima de 4% entre 16 de Junho e 28 de Novembro –, subiu esta terça-feira para 3,686%, mais 0,016 pontos percentuais do que na segunda-feira, depois de ter avançado em 29 de Setembro para 4,228%, um novo máximo desde Novembro de 2008.
Segundo dados do Banco de Portugal (BdP) referentes a Novembro de 2023, a Euribor a 12 meses representava 37,4% do stock de empréstimos para habitação própria permanente com taxa variável. Os mesmos dados indicam que a Euribor a seis e a três meses representavam 36,1% e 23,9%, respectivamente.
No prazo de seis meses, a taxa Euribor, que esteve acima de 4% entre 14 de Setembro e 1 de Dezembro, também avançou, para 3,928%, mais 0,013 pontos do que na anterior sessão, contra o máximo desde Novembro de 2008, de 4,143%, registado em 18 de Outubro.
No mesmo sentido, a Euribor a três meses subiu face à sessão anterior, ao ser fixada em 3,943%, mais 0,011 pontos, e depois de ter subido em 19 de Outubro para 4,002%, um novo máximo desde Novembro de 2008.
A média da Euribor em Janeiro voltou a cair nos três prazos, mas menos acentuadamente do que em Dezembro, tendo descido 0,010 pontos percentuais, para 3,925%, a três meses (contra 3,935% em Janeiro), 0,035 pontos, para 3,892%, a seis meses (contra 3,927%) e 0,070 pontos, para 3,609%, a 12 meses (contra 3,679%).
A descida das médias em Janeiro trouxe as primeiras reduções das prestações nos contratos associados aos prazos a três e seis meses, embora ainda sem grande significado face à dimensão dos aumentos verificados nos últimos dois anos. Com Lusa