O empresário cambojano Has Kea, 41 anos, quer reduzir a poluição por plástico na sua comunidade, numa cidade que produz até 38.000 toneladas de todos os tipos de resíduos por dia, de acordo com o seu departamento ambiental. Cerca de um quinto desse lixo é plástico de utilização única que acaba em aterros sanitários e cursos de água. Decidiu comprar e reutilizar de forma criativa (o chamado upcycling) as garrafas de plástico que teriam como destino o lixo.
Num pequeno armazém na capital do Camboja, um grupo de trabalhadores senta-se a desfazer garrafas de plástico em tiras, transformando-as em cerdas para vassouras, das quais produzem 500 por dia.
Durante os últimos 11 meses, transformaram cerca de 40 toneladas de garrafas de plástico deitadas fora, cerca de 5000 garrafas por dia, transformando-as em vassouras que dizem ser mais robustas do que as normais. Estas são vendidas por 10.000 riel (cerca de 2,50 euros) e 15.000 riel (3,50 euros) cada.
As tiras de plástico das garrafas vazias são reunidas numa máquina, antes de serem amolecidas em água quente e cortadas uniformemente para serem cosidas com fios de metal nas extremidades de uma vara de bambu.
"Esta vassoura é bastante sólida, não é fácil de partir", disse Suon Kosal, monge budista de 26 anos cujo templo comprou 80 vassouras no mês passado.
Has Kea compra garrafas de plástico vazias aos colectores de lixo e aos depósitos de lixo. Com uma oferta aparentemente interminável, está confiante na longevidade do seu negócio. Está também aberto à entrada de concorrentes no mercado.
“Isto também ajuda a reduzir a poluição do ambiente e incentiva as pessoas a recolherem garrafas de plástico para nos venderem a um preço mais elevado, o que, por sua vez, lhes poderá proporcionar uma vida melhor”, constata.