Forças israelitas levam a cabo uma operação militar no Hospital Nasser, em Khan Younis

Exército diz que haverá corpos de reféns no hospital. Pelo menos uma pessoa morreu na operação de evacuação do local, segundo a Al Jazeera.

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Palestinianos que saíram do hospital Nasser, em Khan Younis, chegam a Rafah MOHAMMED SALEM/Reuters
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Forças especiais israelitas entraram esta quinta-feira no Hospital Nasser, em Khan Younis, segundo fontes israelitas e palestinianas.

“Vamos conduzir operações de resgate — como fizemos no passado — num local onde, segundo as nossas informações, poderão estar corpos de reféns”, disse o Exército num comunicado citado pela agência Reuters. Em Novembro, o Exército recuperou dois corpos de reféns perto do Hospital Al-Shifa, na Cidade de Gaza.

Recentemente as autoridades israelitas avaliaram que, entre os então estimados cerca de 130 reféns ainda na Faixa de Gaza (dois foram resgatados numa operação em Rafah), pelo menos 32 morreram e 20 outros poderão também já não estar vivos.

Do lado palestiniano, um porta-voz do Ministério da Saúde, Ashraf al-Qudra, ​disse que o Exército de Israel tinha demolido a parede sul do complexo hospitalar e que as forças atacaram o departamento de ortopedia do hospital, onde mataram uma pessoa.

O jornalista da Al Jazeera Hani Mahmoud relatou que um paciente morreu e seis outras pessoas ficaram feridas por disparos israelitas durante a evacuação do local. “Esta é a maior unidade de saúde do Sul de Gaza, e está totalmente inoperacional”, disse Mahmoud. A operação de saída de todas as pessoas do hospital fez-se em grupos de cinco pessoas, que passaram por controlos militares israelitas, detalhou.

A organização Médicos Sem Fronteiras (MSF) referiu, em comunicado, que, “segundo informações disponibilizadas às equipas da MSF, nos últimos dias pelo menos cinco pessoas foram mortas e dez outras foram feridas depois de terem sido disparados tiros directamente contra o hospital”.

Muitos civis têm procurado hospitais para abrigo por serem, em teoria, locais mais seguros. Mas Israel diz que o Hamas está a usar estas instalações para esconder reféns ou dirigir ataques e tem levado a cabo incursões ou ataques nas unidades de saúde.

A MSF diz, no seu comunicado, "que a maioria dos deslocados que procuraram protecção no Hospital Nasser já partiu, e milhares de pessoas não têm, uma vez mais, para onde ir.

A evacuação forçada começou a 13 de Fevereiro, quando uma retroescavadora militar israelita destruiu o portão norte do hospital, forçando as pessoas deslocadas a sair”, descreveu a organização, acrescentando que foram dadas à equipa médica e aos pacientes indicações de que poderiam permanecer no hospital com um limite de um profissional por paciente.

No entanto, Israel atacou o hospital, apesar de ter dito que se poderiam manter no local doentes e pessoal médico, acusou a associação. O nosso pessoal médico teve de fugir do hospital, deixando os doentes lá, disse a associação na rede social X. Um membro do staff foi detido num dos controlos militares estabelecidos no hospital.

O porta-voz do Exército de Israel garantiu que não estava a obrigar o pessoal médico ainda no hospital e os doentes a sair. Já o porta-voz do Ministério da Saúde de Gaza disse que as ordens foram no sentido de levar todos os pacientes para um edifício antigo sem equipamento para tratar a maioria dos doentes.

Também nesta quinta-feira, as Forças de Defesa de Israel (IDF) afirmaram, segundo o jornal The Guardian, ter efectuado um ataque aéreo que matou um comandante do Hamas que tinha participado no ataque de 7 de Outubro e que tinha mantido em cativeiro uma mulher-soldado israelita, posteriormente morta pelo grupo. Por outro lado, um soldado israelita foi também morto em combates no Sul da Faixa de Gaza, elevando para 235 o número total de baixas desde o início das incursões terrestres.

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