Naomi Campbell é conhecida pela mania das limpezas e por sofrer de termofobia assumida, mas também é um dos nomes mais sonantes da moda mundial. A britânica acaba de juntar as duas paixões numa colecção de peças antibacterianas para a Boss, que inclui desde alfaiataria até ao fato de treino inspirado pelo ritmo de vida acelerado da supermodelo.
“São o tipo de peça que reflecte o meu próprio estilo de vida”, diz a manequim em declarações ao The Guardian, sobre a colecção que inclui 40 peças entre os 60 e os 799 euros e já está disponível, também em Portugal. E detalha: “Estou sempre em movimento, pronta para a próxima aventura, mas sem comprometer no estilo.”
Apesar de ter sido na alta moda que Naomi Campbell se tornou conhecida, esta colecção almeja chegar a todos os que procuram peças mais práticas. Em 2019, tornou-se viral um vídeo onde a supermodelo limpava o lugar de avião na classe executiva; e, durante a pandemia, foi sempre vista com um fato de protecção no aeroporto e máscara facial.
Como tal, não surpreende que todos os têxteis usados na colecção sejam antibacterianos. Em destaque, estão também precisamente os coordenados pensados para viagens, como os fatos em lã anti-vincos ou um conjunto de leggings de compressão, para ajudar a melhorar a circulação sanguínea em voos de longo curso.
Há ainda outras tecnologias incluídas. Por exemplo, os bolsos dos casacos foram feitos com um tecido especial que bloqueia as frequências electromagnéticas e previne que os cartões de débito ou crédito sejam acedidos pelo sistema contactless.
O único padrão da colecção está no fato de treino leopardo em marfim ou roxo. O estampado, justifica a supermodelo, “tem propriedades anti-stress e promove uma sensação de equilíbrio”. Para os fãs acérrimos, há ainda uma T-shirt impressa com o rosto de Naomi.
Esta é a primeira colecção de Campbell para a Boss — a linha secundária da marca alemã Hugo Boss — desde que foi anunciada embaixadora em 2022. Criar roupa, declara, permite “explorar uma nova faceta” da sua “arte”.
Não é, todavia, a primeira vez que o faz. No ano passado, foi amplamente criticada por colaborar com a PrettyLittleThing, uma marca britânica de fast fashion. Então justificou a parceria como uma forma de dar visibilidade a novos criadores, com quem co-assinou as peças. “Vejo-me como uma agente da mudança. Sei que é fast fashion e que as pessoas têm críticas. Mas, enquanto agente da mudança, achei que era uma maneira fantástica de fazer a diferença na indústria.”
Indiferente às polémicas, continua a somar pontos na moda e este ano será protagonista de uma exposição no museu londrino Victoria & Albert — a primeira de sempre sobre uma supermodelo. A data prevista para abertura é 22 de Junho. “Através do trabalho de designers e fotógrafos de renome mundial, celebramos as suas colaborações criativas, o seu activismo e o impacto cultural de grande alcance”, anuncia o museu.