A Cinemateca tem um novo portal aberto à história do património fílmico português

Portal Félix homenageia o fundador da instituição. Num trabalho que é “um processo em curso”, a nova base de dados vai acolher mais de um milhão de documentos.

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O Portal Félix foi criado pela empresa tecnológica portuguesa Quidgest Daniel Rocha
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No novo Portal Félix, lançado no passado dia 7 de Fevereiro pela Cinemateca Portuguesa, em Lisboa, podemos encontrar, numa busca feita a meio desta segunda-feira, 62 registos relativos a Manoel de Oliveira; 20 de Manuel Félix Ribeiro, o fundador da instituição; cinco da jovem Leonor Teles, que acaba de ver chegar ao circuito comercial a sua longa-metragem Baan; seis de Basil da Cunha, cuja curta-metragem 2720 mereceu no fim-de-semana o prémio de Melhor Filme Europeu no Festival de Clermont-Ferrand, em França... Mas é bem provável que o leitor que esta terça-feira aí procure informação sobre estes nomes encontre um número maior do que os atrás referidos. “Este é um trabalho em permanente evolução, com o qual, com base nos nossos recursos humanos, estamos a transferir para o Portal Félix toda a nossa base de dados relativa à história do cinema português”, explicou esta segunda-feira ao PÚBLICO Teresa Borges, responsável pelo Centro de Documentação da Cinemateca.

O Portal Félix é, a partir de agora, a fonte digital que dará um acesso centralizado a toda a informação que a Cinemateca Portuguesa tem relativa ao património cinematográfico do país. Inclui dados relativos à produção filmográfica (actualmente respeitante ao período que vai de 1896, com a estreia dos filmes pioneiros de Aurélio da Paz dos Reis, até 1975), aos catálogos (bibliográficos, mas também de iconografia, documentação de arquivo e, lá mais para a frente, de aparelhos, objectos e memorabilia cinéfila) e à história das exibições na Cinemateca e ainda às estreias em Portugal (por agora, relativas ao período 1918-2020).

O novo site foi lançado oficialmente na semana passada, numa sessão que foi ainda presidida por José Manuel Costa, que no dia 10, por ter atingido o limite de idade, cessou funções como director da Cinemateca Portuguesa, tendo sido substituído no cargo, a título interino, pelo seu sub-director, Rui Machado. Na altura, na Sala Félix Ribeiro, José Manuel Costa apresentou o Portal Félix como “um dos projectos mais estruturantes dos últimos anos” da instituição, pode ler-se num seu comunicado. Um trabalho que foi levado a cabo pela empresa tecnológica portuguesa Quidgest.

Homenagem a Félix Ribeiro

Ficou também a saber-se que o nome do portal presta homenagem ao médico, historiador e crítico de cinema Manuel Félix Ribeiro (1906-1982), fundador da Cinemateca Portuguesa. “Optámos por chamar-lhe Félix”, porque “é a Félix Ribeiro que devemos a ideia inicial da Cinemateca, essa ideia de reunir num só local tudo o que diga respeito aos filmes, à história do cinema e à cultura cinematográfica”, justificou então também Teresa Borges.

A criação do Portal Félix – que contou com o apoio do Fundo Social Europeu, através do programa Operacional Competitividade e Internacionalização – foi adjudicada em Outubro de 2018 à empresa Quidgest, que no mês a seguir se lançou na montagem deste serviço online que, a partir de agora, disponibiliza tanto para os investigadores como para a curiosidade de qualquer cidadão o acesso centralizado à documentação relativa ao património cinematográfico português.

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Manuel Félix Ribeiro foi o fundador da Cinemateca Portuguesa DR

Neste trabalho que é “um processo em curso”, como realça Teresa Borges, o visitante do servidor tem já acesso a parte dos mais de um milhão de dados registados tanto nos acervos da Cinemateca Portuguesa/Museu do Cinema como no Arquivo Nacional das Imagens em Movimento (ANIM). Nesta primeira fase, encontram-se disponíveis os dados catalográficos e a descrição dos conteúdos dos referidos arquivos, que “estão a ser actualizados em modo síncrono” com o tempo da sua catalogação na Cinemateca, nota a responsável pelo Centro de Documentação.

Para uma segunda fase ficará a disponibilização das imagens, um processo mais demorado, mas que Teresa Borges acredita poder ir avançando até meados deste ano. “Em todos os casos, temos de ter sempre em conta a questão dos direitos de autor”, lembra a responsável, assegurando que, nesta fase inicial, vão ficar acessíveis no Portal Félix as fotografias e as imagens em movimento das cerca de 1500 obras que já se encontravam na Cinemateca Digital. “A nossa ideia é que esta secção do nosso site deixe de ser alimentada ali e passe tudo através do novo portal”, acrescenta.

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