Costa do Marfim conquista CAN frente à Nigéria de José Peseiro

Sébastien Haller consumou reviravolta e deu o terceiro título da Taça das Nações Africanas à selecção organizadora.

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Victor Osimhen e Franck Kessié em duelo Reuters/SIPHIWE SIBEKO
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A Costa do Marfim conquistou, este domingo, o terceiro título da Taça das Nações Africanas (CAN), batendo por 2-1, após reviravolta, a Nigéria de José Peseiro, na final da 34.ª edição da competição, disputada no Estádio Alassane Ouattara, em Abidjan​.

Campeão em 1992 e 2015, a Costa do Marfim, depois de ter estado à beira de uma catástrofe – pelo menos na opinião do francês Jean-Louis Gasset, que se demitiu do cargo de seleccionador dos “Elefantes” na sequência da goleada (4-0) sofrida frente à Guiné Equatorial – superou vários testes de fractura até chegar à final, onde voltou a mandar e a... vencer o cinismo das "Super Águias".

Para a Nigéria, que não vence a competição desde 2013 (ganhou ainda em 1980 e 1994), e apesar do favoritismo concedido pelas casas de apostas, esta era uma final para sofrer. Até pelo enquadramento do jogo, disputado em casa do adversário. Uma nação que tinha abandonado a equipa, mas que se reconciliou depois de "repescada" como quarta selecção entre os terceiros mais bem classificados.

Sob o comando do marfinense Emerse Faé, ex-jogador de Nantes, Reading e Nice (adjunto até ao abandono do seleccionador), depois de eliminar o detentor do troféu, Senegal, (nos penáltis); o Mali (no prolongamento) e a República Democrática do Congo, a Costa do Marfim conseguira uma segunda oportunidade frente à Nigéria, adversário da fase de grupos com o qual perdera por 1-0.

José Peseiro, o segundo português a disputar uma final da CAN, depois de Carlos Queiroz ter levado o Egipto à discussão do troféu em 2022, também não foi o primeiro a conquistá-lo, continuando Nelo Vingada (campeão asiático em 1996, com a Arábia Saudita) e Fernando Santos (campeão europeu em 2016 e da Liga das Nações em 2019) como únicos campeões de um torneio continental sénior de selecções.

O treinador português lutava contra a história, feita de eliminações na fase de grupos da Taça Asiática de 2011, com a Arábia Saudita, e da Copa América de 2021, pela Venezuela. E depois de ter saído na frente, não foi capaz de travar a Costa do Marfim.

A consistência, pragmatismo e cinismo da Nigéria, com dois golos sofridos em seis jogos, não prevaleceu desta vez.

A Costa do Marfim, que já na fase de grupos justificara outro resultado, assumiu o comando do jogo, apoiando-se na flexibilidade e compromisso de um 4x5x1 que, em posse, libertava os alas Gradel e Adringa, para se associarem a Sébastien Haller, avançado do Borussia Dortmund e figura da equipa.

As estatísticas ao intervalo mostravam a eficácia das "Super Águias", que, com 35 por cento de posse de bola e apenas um remate enquadrado com a baliza, garantiam uma vantagem de um golo nascido de um canto (38').

No primeiro erro da Costa do Marfim, o portista Zaidu só não marcou porque não conseguiu a melhor recepção, rematando contra um defesa. Mas, do canto nasceu o golo, um cabeceamento do capitão William Troost-Ekong.

A Costa do Marfim não fora capaz de aproveitar três iniciativas da ala esquerda, com Haller a chegar tarde a um cruzamento de Adingra antes de o extremo do Brighton ter obrigado o gigante Stanley Nwabali a defesa por instinto. Gradel tinha já ensaiado uma "chilena" às malhas laterais.

Nada que desesperasse a Nigéria, segura no seu paciente 5x4x1 e numa postura deprimente para quem aprecia um futebol total. Até porque os fins acabaram por justificar os meios e chegar ao golo só dependia de um erro da selecção da casa.

No regresso das cabinas, a Costa do Marfim continuou a pressionar e a forçar o dique nigeriano. Stanley Nwabali e Iwobi ainda adiaram o que parecia inevitável, com os "Elefantes" a igualarem (62') igualmente na sequência de um canto e de uma falha de marcação. Franck Kessié (ex-AC Milan e Barcelona) cabeceou sem oposição, dando novo ânimo à Costa do Marfim.

Os "Elefantes" não detiveram a marcha triunfal que, num remate com a sola da bota de Sébastien Haller (81'), acabou mesmo por decidir a final e entregar a CAN à Costa do Marfim.

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