Ataques israelitas matam 28 palestinianos em Rafah

Há dez crianças entre as vítimas mortais, a mais nova com três meses, avançam as autoridades locais e a Associated Press.

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Ataques israelitas ao Sul de Gaza mataram mais de duas dezenas de pessoas nas últimas horas EPA/HAITHAM IMAD
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Ataque que atingiu veículo em Rafah matou três pessoas Reuters/BASSAM MASOUD
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As forças israelitas bombardearam na madrugada deste sábado a cidade de Rafah, no Sul da Faixa de Gaza, onde estão abrigados cerca de 1,5 milhões de deslocados internos que fugiram das suas casas no Norte e centro do enclave. Pelo menos 28 pessoas morreram, incluindo uma dezena de crianças.

Segundo as autoridades de saúde locais e a agência Associated Press, os ataques atingiram um edifício residencial e mataram 25 membros de três famílias. A vítima mortal mais nova terá sido um bebé de três meses. Outros três civis foram mortos quando o veículo em que seguiam foi atingido.

Horas antes, na noite de sexta-feira, o primeiro-ministro israelita afirmou que tinha ordenado às Forças de Defesa de Israel (IDF) o avanço da operação militar terrestre para Rafah, na fronteira com o Egipto.

"É impossível atingir o objectivo da guerra sem eliminar o Hamas, deixando quatro dos seus batalhões em Rafah", justificou o gabinete de Benjamin Netanyahu. O chefe de Governo pediu às IDF que "apresentassem ao Conselho de Ministros um plano combinado para retirar a população palestiniana e para destruir os batalhões", mas não foi apontada uma data para o início da operação terrestre.

Os soldados israelitas continuam concentrados na cidade de Khan Younis, também no Sul de Gaza, tendo sido dito à população local que se refugiasse em Rafah, já sobrelotada. A partir de Rafah, e sem autorização para sair da Faixa de Gaza, não é certo para onde os palestinianos poderão fugir, mais uma vez.

Em reacção ao anúncio do Governo israelita, o Hamas alertou este sábado que uma invasão militar da cidade fronteiriça poderá significar "dezenas de milhares" de mortos e feridos. Caso se confirme esse cenário, o movimento islamista vai responsabilizar "a administração norte-americana, a comunidade internacional e a ocupação israelita" pelo aumento do número de vítimas civis.

Da União Europeia, o alto representante para a Política Externa e de Segurança, Josep Borrell, avisou que uma "ofensiva militar israelita em Rafah teria consequências catastróficas, agravando a já terrível crise humanitária e o intolerável número de vítimas civis".

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