Ataques israelitas matam 28 palestinianos em Rafah
Há dez crianças entre as vítimas mortais, a mais nova com três meses, avançam as autoridades locais e a Associated Press.
As forças israelitas bombardearam na madrugada deste sábado a cidade de Rafah, no Sul da Faixa de Gaza, onde estão abrigados cerca de 1,5 milhões de deslocados internos que fugiram das suas casas no Norte e centro do enclave. Pelo menos 28 pessoas morreram, incluindo uma dezena de crianças.
Segundo as autoridades de saúde locais e a agência Associated Press, os ataques atingiram um edifício residencial e mataram 25 membros de três famílias. A vítima mortal mais nova terá sido um bebé de três meses. Outros três civis foram mortos quando o veículo em que seguiam foi atingido.
Horas antes, na noite de sexta-feira, o primeiro-ministro israelita afirmou que tinha ordenado às Forças de Defesa de Israel (IDF) o avanço da operação militar terrestre para Rafah, na fronteira com o Egipto.
"É impossível atingir o objectivo da guerra sem eliminar o Hamas, deixando quatro dos seus batalhões em Rafah", justificou o gabinete de Benjamin Netanyahu. O chefe de Governo pediu às IDF que "apresentassem ao Conselho de Ministros um plano combinado para retirar a população palestiniana e para destruir os batalhões", mas não foi apontada uma data para o início da operação terrestre.
The Prime Minister's Office:
— Prime Minister of Israel (@IsraeliPM) February 9, 2024
It is impossible to achieve the goal of the war of eliminating Hamas by leaving four Hamas battalions in Rafah.
On the contrary, it is clear that intense activity in Rafah requires that civilians evacuate the areas of combat.
Os soldados israelitas continuam concentrados na cidade de Khan Younis, também no Sul de Gaza, tendo sido dito à população local que se refugiasse em Rafah, já sobrelotada. A partir de Rafah, e sem autorização para sair da Faixa de Gaza, não é certo para onde os palestinianos poderão fugir, mais uma vez.
Em reacção ao anúncio do Governo israelita, o Hamas alertou este sábado que uma invasão militar da cidade fronteiriça poderá significar "dezenas de milhares" de mortos e feridos. Caso se confirme esse cenário, o movimento islamista vai responsabilizar "a administração norte-americana, a comunidade internacional e a ocupação israelita" pelo aumento do número de vítimas civis.
Da União Europeia, o alto representante para a Política Externa e de Segurança, Josep Borrell, avisou que uma "ofensiva militar israelita em Rafah teria consequências catastróficas, agravando a já terrível crise humanitária e o intolerável número de vítimas civis".