Operação Pretoriano: Fernando Madureira fica em prisão preventiva

Pretensões do Ministério Público foram atendidas pelo juiz. Hugo “Polaco” também ficará em prisão preventiva e Vítor Catão em prisão domiciliária.

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Fernando Madureira, líder da claque Super Dragões Paulo Pimenta
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Fernando Madureira, principal rosto na investigação denominada Operação Pretoriano, vai aguardar julgamento em prisão preventiva. Foi esta a medida de coacção decretada nesta quarta-feira pelo juiz no Tribunal de Instrução Criminal (TIC) do Porto, depois de, ao longo dos últimos dias, ter ouvido os intervenientes no processo.

O Ministério Público (MP) tinha pedido, na terça-feira, prisão preventiva para Fernando Madureira, líder da claque Super Dragões, e para Hugo "Polaco" Carneiro, também elemento do grupo de apoio organizado do FC Porto, enquanto "sugeria" prisão domiciliária com vigilância electrónica para Vítor Catão.

Ora, a decisão do juiz foi ao encontro das pretensões do MP e a Hugo Carneiro foi também aplicada a medida de prisão preventiva, confirmando-se igualmente a prisão domiciliária para Vítor Catão. Tudo porque foi considerado que existe o risco de perturbação do inquérito e de continuação da actividade criminosa.

Em causa estão, como já foi adiantado nos últimos dias e de acordo com o comunicado agora divulgado pelo Tribunal Judicial da Comarca do Porto, crimes de ofensa à integridade física no âmbito de espectáculo desportivo, coacção agravada, instigação pública a um crime, arremesso de objectos ou produtos líquidos e atentado à liberdade de informação.

Cumulativamente, Fernando Madureira e Hugo "Polaco" ficam impedidos de contactar com qualquer interveniente processual nos autos e qualquer elemento da actual direcção dos Super Dragões. De fora desta proibição ficam os contactos com os familiares directos.

Apresentações, interdições e proibições

Para os restantes nove arguidos no processo, a procuradora do MP tinha pedido a proibição de contacto com os demais elementos implicados na Operação Pretoriano e actuais membros do Super Dragões, a proibição de acesso a recintos desportivos e apresentações periódicas às autoridades.

Nestes casos, foram aplicadas as seguintes medidas acessórias, mas a apenas seis dos arguidos: interdição de acesso e permanência em recintos desportivos onde compita qualquer equipa do FC Porto, independentemente da modalidade; proibição de acesso à sede dos Super Dragões; obrigação de se apresentarem junto das autoridades às segundas, quartas e sextas-feiras, bem como em dias de jogo do FC Porto.

Aos restantes arguidos é aplicada a proibição de contactarem com os demais envolvidos no processo (medida, de resto, extensível a todos os visados), ficando a aguardar os ulteriores desenvolvimentos do processo com termo de identidade e residência.

Fernando Madureira foi o último dos arguidos, entre os que optaram por prestar esclarecimentos, a ser ouvido pelo juiz de instrução criminal. Depois de ter hesitado no que diz respeito à decisão de prestar declarações, o líder dos Super Dragões optou por responder em interrogatório numa altura em que surgiram novas provas, recolhidas após perícia feita aos telemóveis de alguns dos 12 arguidos.

Madureira, de resto, terá recusado fornecer o código do telemóvel pessoal, obrigando à intervenção dos técnicos da polícia criminal para acederem às mensagens vídeo e áudio do equipamento.

Na origem desta operação, recorde-se, estão os incidentes verificados na Assembleia Geral (AG) extraordinária do FC Porto, realizada a 13 de Novembro de 2023. De acordo com documentos judiciais, o MP sustentou que a claque Super Dragões pretendeu "criar um clima de intimidação e medo" na reunião que decorreu no Dragão Arena e que culminou com ameaças e agressões a sócios do clube. com Mariana Oliveira

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