Taça das Nações Africanas será decidida numa final inédita

Selecção anfitriã contrariou “destino” e vai decidir o troféu em casa. Nigéria irá disputar a oitava final, a primeira desde 2013.

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Sébastien Haller festejo o golo do triunfo da Costa do Marfim Reuters/LUC GNAGO
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Nigéria ou Costa do Marfim, qual destas selecções irá conquistar a Taça das Nações Africanas (CAN)? A resposta será dada no domingo, depois de nesta quarta-feira a equipa orientada por José Peseiro ter sobrevivido ao desempate por grandes penalidades e de a formação anfitriã ter dado, em Abidjan, mais uma prova de resistência neste torneio.

Para os nigerianos, o triunfo sobre a África do Sul, no desempate por castigos máximos (4-2), serviu para quebrar o enguiço, ou não tivessem perdido cinco das últimas seis meias-finais que disputaram na competição. E foi, decididamente, um jogo marcado por penáltis.

No Stade de La Paix, o marcador começou por funcionar aos 67’, num castigo máximo convertido por William Troost-Ekong. O jogo, que terminaria com indicadores estatísticos equilibrados, parecia encaminhado para a Nigéria, mas no último minuto do tempo regulamentar a África do Sul empatou. De grande penalidade, claro está, convertida por Teboho Mokoena.

Os sul-africanos resistiram ao maior assédio do adversário no segundo tempo, que se intensificou a partir dos 115’, altura em que o defesa Grant Kekana foi expulso. E esticaram a decisão até ao desempate por grandes penalidades, que consagraria Stanley Nwabali, guarda-redes que defendeu dois remates.

Curiosamente, Nwabali representa um clube sul-africano, o Chippa United, e foi uma espécie de escolha de recurso para esta CAN. Tinha apenas uma internacionalização antes do início do torneio mas tem-se revelado providencial para a carreira positiva da Nigéria, com apenas dois golos sofridos em seis jogos.

No domingo à noite (20h), no Estádio Olímpico de Ebimpé, voltarão a recair sobre ele as esperanças de a Nigéria reconquistar um troféu que lhe escapa desde 2013. Mas para isso terá de contornar uma selecção com sete vidas. A Costa do Marfim, que foi dada como “eliminada” da competição pela direcção da própria federação, que mudou de treinador após a fase de grupos, que iniciou o recrutamento imediato de um novo seleccionador, também está na final. Contra todas as previsões.

O técnico interino Emerse Faé manteve a equipa ligada à corrente no embate com a República Democrática do Congo (1-0). Num jogo repartido e com o resultado em aberto até ao final, valeu um golo solitário de Sébastien Haller, avançado do Borussia Dortmund que corporizou o espírito de uma selecção que nunca se deixou abater, perante as críticas e os dedos apontados de boa parte do país desportivo.

Para os costa-marfinenses, será uma oportunidade única (e épica, dada a trajectória na prova) de atingirem o terceiro título na CAN, depois das conquistas de 1992 e de 2015. Será, também, um momento de desempate, já que contabilizam quatro presenças na final, com dois triunfos e duas derrotas (2006 e 2012). E desta vez, ao contrário do que sucedeu depois da fase de grupos, terão o país do seu lado.

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