A Margem Sul na lente de Diogo Simões: Terra Livre
É já uma das exposições do ano. Na ZDB, em Lisboa, encontramos um mundo construído em anos de vida com a fotografia, as amigas e os amigos, na Margem Sul do Tejo.
Na fotografia está uma rapariga negra que nos vê. Há algo de solene e cansado na sua pose. Terá acabado de chegar àquele lugar e, contudo, irá, em breve, levantar-se. Chama-se Núria e parece conhecer-nos. Talvez não. Seja como for, olha-nos, enquanto ao fundo se vê uma paisagem plana, industrial (a dos antigos estaleiros da Lisnave em Almada). Ao seu lado, noutra imagem, as figuras já não nos vêem – somos nós que as vemos: três miúdos jogam à bola num relvado seco de Verão. O enquadramento ladeia-os com árvores, como se a proteger a cena, enquanto, em segundo plano, sobem quatro prédios de nove andares.
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