O tempo desencontrado d’O Pior Homem de Londres, o novo filme de Rodrigo Areias
Um filme intrigante, mas não inteiramente conseguido, à sombra de Raul Ruiz, transportado por um sedutor Albano Jerónimo. Estreia-se quinta-feira.
No papel, há muito de intrigante em O Pior Homem de Londres: trata-se de uma encomenda do produtor Paulo Branco ao heterodoxo Rodrigo Areias, realizador constitucionalmente incapaz de fazer dois filmes iguais, sobre uma personalidade histórica verídica e controversa. Charles Augustus Howell, luso-britânico que percorreu os salões artísticos da Londres do século XIX, é daquelas figuras que se não tivesse existido tinha de ser inventada: um parente afastado do falsário Alves dos Reis, senhor de um charme paredes meias com a escuridão. E se há algo no qual podemos todos concordar é que Albano Jerónimo o encarna na perfeição, num vai e vem constante entre a elegância e a vulgaridade, a sedução e a ameaça, a devoção e o desprezo, consoante o que o momento lhe exige.
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