PJ deteta nova droga sintética pela primeira vez na Europa

Substância provoca sentimentos de euforia, seguida de sonolência e bloqueio do sistema respiratório.

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Nova substância deriva de classe química com 16 sinalizações na Europa desde 2019 Miguel Manso
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Uma nova droga sintética foi apreendida pelo Laboratório de Polícia Científica (LPC) da Polícia Judiciária (PJ) pela primeira vez na Europa. Chama-se N-desetilisotonitazeno e apresentava-se sob a forma de falsos comprimidos de oxicodona — agonista opióide destinado a apaziguamento de dores fortes. Segundo a PJ, o destino final da mercadoria não seria Portugal.

Para que fosse possível identificar a substância, o LPC utilizou análises complementares, "realizadas em colaboração com a Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa e com o Instituto Superior Técnico", lê-se no comunicado da PJ.

Esta nova droga provoca sensação de euforia, seguida de sonolência, e provoca ainda o bloqueio do sistema respiratório — a principal causa de morte por overdose.

A substância psicoactiva está inserida numa classe química que surgiu recentemente na Europa, designada nitazenos. Desde 2019, o Observatório Europeu da Droga e Toxicodependência já detectou 16 compostos dessa classe, na maior parte dos casos no norte da Europa.

Em Novembro de 2023, deu-se, em Londres, a maior apreensão de sempre de opióides sintéticos pertencentes à classe dos nitazenos. Foram cerca de 150 mil comprimidos descobertos a par de outras drogas, dinheiro e uma arma. Ao jornal Independent, a detective superintendente Helen Rance contou que os "opióides sintéticos [...] aumentam substancialmente o risco de danos extremamente graves ao consumidor e acredita-se que estejam ligados a uma série de mortes".

Nos Estados Unidos, foram registadas 50 vezes mais mortes provocadas por opióides sintéticos do que na década anterior, maioritariamente devido ao consumo de fentanil, que provoca o mesmo bloqueio respiratório que os nitazenos.

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