Borrell quer posição europeia comum sobre apoio à ONU na Palestina
Alemanha e França estão entre os países da UE que anunciaram a suspensão das contribuições para a UNRWA, ao contrário de Portugal, que reforçou o apoio.
O alto-representante da União Europeia (UE) para a Política Externa e de Segurança, Josep Borrell, disse este sábado que a existência de três abordagens distintas sobre as doações europeias à agência das Nações Unidas para os palestinianos enfraquece o bloco comunitário.
"Vamos discutir como é que podemos agir de uma forma coordenada. Alguns Estados-membros reagiram com um aumento do apoio à Agência das Nações Unidas de Assistência aos Refugiados da Palestina no Oriente Próximo [UNRWA, na sigla em inglês]. Não cortaram, aumentaram! Outros, disseram que vão continuar a apoiar a agência enquanto aguardam as conclusões do inquérito, e outros ainda cortaram o apoio", disse Borrell à entrada para uma reunião informal de ministros com a pasta dos Negócios Estrangeiros, em Bruxelas.
Portugal foi um dos países da UE que decidiu apoiar a organização com mais um milhão de euros, anunciou na noite de sexta-feira o ministro dos Negócios Estrangeiros português, João Gomes Cravinho.
Alemanha e França estão entre os países da UE que anunciaram a suspensão das contribuições para a UNRWA.
"Estas abordagens distintas para um problema que é crítico não são boas para a União Europeia. Precisamos de uma posição comum, e eu vou discuti-la hoje", disse o alto-representante.
Borrell criticou a postura de Israel na actual incursão militar na Faixa de Gaza, por encaminhar a população palestiniana para zonas alegadamente seguras, ao mesmo tempo que continua a bombardear indiscriminadamente o território.
Em causa estão alegações feitas por Israel de que funcionários daquela agência das Nações Unidas participaram no ataque de 7 de Outubro, perpetrado pelo movimento islamista Hamas.
Na sexta-feira, Cravinho disse que Portugal decidiu aumentar as contribuições devido à importância que a agência tem para a população palestiniana, e porque é uma organização que tem mais de 13 mil funcionários, pedindo a separação "do trigo e do joio".