Perícias aos telemóveis de Super Dragões trazem novos indícios à Operação Pretoriano

Detidos já ouvidos podem ter de regressar a tribunal, de modo a serem confrontados com novos elementos de prova.

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Veículo que transportou Fernando Madureira LUSA/FERNANDO VELUDO
Fernando Madureira, líder dos Super Dragões
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Fernando Madureira, líder dos Super Dragões LUSA/FERNANDO VELUDO
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A análise pericial a alguns dos telemóveis apreendidos aos 12 detidos pode trazer novos indícios de prova à Operação Pretoriano e prolongar a fase de interrogatórios. Os advogados foram chamados de urgência ao Tribunal de Instrução Criminal (TIC) do Porto, na manhã deste sábado, e informados do relatório preliminar que detalha a análise feita aos telemóveis. Os novos desenvolvimentos foram posteriormente comunicados pelo juiz de instrução criminal aos jornalistas, de acordo com os relatos feitos pelos repórteres no local.

Os interrogatórios deveriam ter prosseguido este sábado, mas o interrogatório de Vítor Oliveira não arrancou durante a manhã, prevendo-se que os trabalhos apenas comecem durante a tarde. Os detidos já ouvidos podem ter de regressar a tribunal, de modo a serem confrontados e apresentarem a respectiva defesa perante os novos desenvolvimentos.

Não é possível perceber, para já, se Fernando Madureira, líder da claque Super Dragões, será já ouvido este sábado. O responsável pela claque vai prestar declarações ao juiz, ao contrário da mulher, Sandra Madureira, que se manterá em silêncio neste primeiro interrogatório. Ainda falta também ouvir Vítor Catão, conhecido adepto dos portistas.

A Operação Pretoriano foi desencadeada após os desacatos ocorridos na Assembleia Geral (AG) do FC Porto de 13 de Novembro. A crença do Ministério Público (MP) é de que Adelino Caldeira, administrador da SAD do FC Porto, terá combinado com o líder dos Super Dragões, Fernando Madureira, o clima de ameaça e coacção que manchou a AG de Novembro.

A intenção do responsável seria forçar a aprovação da revisão estatutária – favorável à direcção, nas palavras do MP – e calar a oposição, encabeçada por André Villas-Boas, actual candidato à presidência. Os Super Dragões foram usados como braço armado, suspeitando-se de que foram “emprestados” cartões de sócio a elementos da claque sem ligação formal ao clube.

Depois da mudança da reunião para o pavilhão Dragão Arena, os elementos dos Super Dragões teriam liberdade de circulação e chegariam mesmo a agredir os sócios que se mostravam contrários à direcção. “Quem não estiver com Pinto da Costa morre” é uma das expressões citadas nos autos do MP,

A Operação Pretoriano concretizou-se na manhã de quarta-feira, com a Polícia de Segurança Pública (PSP) a destacar um efectivo considerável para cumprir os 12 mandados de detenção e 11 de buscas domiciliárias. Neste grupo inclui-se o líder da claque, Fernando Madureira, a mulher deste, Sandra Madureira, e ainda Fernando Saúl, funcionário do clube e oficial de ligação aos adeptos.

A Procuradoria-Geral Distrital do Porto confirmou em comunicado que estão em causa os crimes de ofensa à integridade física em espectáculo desportivo, coacção agravada, ameaça agravada, instigação pública a um crime, arremesso de objecto ou de produtos líquidos e atentado à liberdade de informação.

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