Trabalhadores do Diário de Notícias suspendem greve durante cinco dias

A greve marcada para sexta-feira vai ser suspensa durante cinco dias. Este período é considerado o “prazo aceitável para a regularização total das verbas em falta”.

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Os cinco dias de suspensão são vistos como o “prazo aceitável para a regularização total das verbas em falta” Nelson Garrido
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A greve do Diário de Notícias (DN) marcada para sexta-feira foi suspensa "por um período de cinco dias", de acordo com um comunicado das delegadas sindicais do título da Global Media a que a Lusa teve acesso.

"Apesar de hoje, dia 01 de Fevereiro, a administração da Global Media Group (GMG) já estar em incumprimento salarial e ainda não ter regularizado o pagamento do subsídio de Natal, os trabalhadores do DN procederão à suspensão da greve, marcada para o dia 2 de Fevereiro, por um período de cinco dias, até ao dia 7 de Fevereiro", lê-se no documento.

Este é o "prazo considerado aceitável para a regularização total das verbas em falta e para a GMG definir o futuro do título, depois da demissão do CEO", adiantam as delegadas sindicais.

"Como promessas não pagam dívidas e considerando o reiterado incumprimento por parte da administração do GMG, a partir dessa data — 7 de Fevereiro de 2024 a suspensão do pré-aviso de greve cessará e os trabalhadores reservam-se o direito de aderir à greve por tempo indeterminado, nos termos descritos naquele pré-aviso", refere o comunicado.

Além disso, "os jornalistas e demais trabalhadores do DN não aceitam ser reféns de uma situação para a qual não contribuíram e esperam que a saída de José Paulo Fafe da Comissão Executiva seja um passo no sentido da regularização".

Os jornalistas e demais trabalhadores do DN "recusam desistir do Diário de Notícias e lutarão contra quem quiser anular ou desvalorizar 159 anos de história", rematam.

Na quarta-feira, o presidente da Comissão Executiva da Global Media, José Paulo Fafe, apresentou a sua demissão por considerar "estarem esgotadas" as condições para exercer as suas funções.

A 6 de Dezembro, a Comissão Executiva da GMG anunciou que iria negociar "com carácter de urgência" rescisões com 150 a 200 trabalhadores e avançar com uma reestruturação para evitar "a mais do que previsível falência do grupo". A 28 de Dezembro, a GMG informou os trabalhadores de que não tinha condições para pagar os salários referentes ao mês de Dezembro, sublinhando que a situação financeira é "extremamente grave".

De acordo com a informação da Entidade Reguladora para a Comunicação Social (ERC), a participação efectiva da Páginas Civilizadas na GMG é de 50,25% do capital e dos direitos de voto. Esta posição é calculada a partir da soma da detenção directa de 41,51% e da indirecta, através da Grandes Notícias Lda, de 8,74%.

O fundo WOF tem uma participação de 25,628% do capital social e dos direitos de voto da GMG. Por sua vez, o Grupo Bel detém uma participação indirecta de 17,58%. A KNJ, de Kevin Ho, detém 29,350% e José Pedro Soeiro 20,400%. Resumindo, a Global Media é detida directamente pela Páginas Civilizadas (41,510%), KNJ (29,350%), José Pedro Soeiro (20,400%) e Grandes Notícias (8,740%).