Fernando Madureira, líder dos Super Dragões, foi detido

Funcionário do FC Porto também foi detido, juntamente com membros da claque portista. No total, há 12 pessoas detidas.

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Fernando Madureira, líder da claque Super Dragões LUSA/OCTAVIO PASSOS
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O líder dos Super Dragões foi detido na manhã desta quarta-feira, após buscas à sua residência. A notícia foi confirmada pelo PÚBLICO, que apurou também que há um funcionário do FC Porto entre os detidos. Fernando Saul, speaker e oficial de ligação aos adeptos, é o elemento dos "dragões" que também foi visado pelas autoridades na investigação. A PSP confirma a apreensão de droga, uma arma de fogo e milhares de euros nas buscas domiciliárias.

A Procuradoria-Geral Distrital do Porto confirmou em comunicado que a investigação está relacionada com os incidentes da assembleia-geral do clube e outras situações de violência. Em causa estão os crimes de ofensa à integridade física em espectáculo desportivo, coacção agravada, ameaça agravada, instigação pública a um crime, arremesso de objecto ou de produtos líquidos e atentado à liberdade de informação.

Além dos confrontos na assembleia-geral do clube, estão ainda sob investigação os actos de vandalismo à casa de André Villas-Boas, candidato à presidência do FC Porto, agressões ao zelador do condomínio do candidato à presidência do FC Porto e furto da viatura deste colaborador.

Nas buscas domiciliárias da Operação Pretoriano, acção que originou a detenção do líder dos Super Dragões, Fernando Madureira, a PSP apreendeu uma arma de fogo, vários milhares de euros, "estupefacientes vários", nomeadamente cocaína e haxixe, artefactos pirotécnicos e mais de uma centena de ingressos para eventos desportivos.

Porsche e BMW apreendidos

A residência do casal Madureira em Vila Nova de Gaia foi alvo de buscas, com a polícia a apreender agora viaturas de luxo na casa de Fernando Madureira, entre as quais um Porsche e um BMW. A mulher do líder dos Super Dragões, Sandra Madureira, foi uma das detidas na operação.

No caso da assembleia-geral, alguns adeptos foram agredidos e intimidados por membros da claque, algo comprovável pela análise das imagens recolhidas. Numa "noite negra" na história do clube, os associados queixaram-se de não ter liberdade de expressão e de um clima de coacção. Na altura, Fernando Madureira justificou ao PÚBLICO os incidentes com a troca de insultos nas redes sociais entre apoiantes de Villas-Boas e elementos da claque.

Já no caso de André Villas-Boas, ex-treinador e candidato à presidência dos "dragões", a casa em que habita com a família no Porto foi vandalizada mais do que uma vez, com insultos graffitados nas paredes. Na madrugada de 22 de Novembro, foram rebentados petardos à porta da casa de Villas-Boas, seguindo-se agressões ao zelador do condomínio e o furto da viatura deste. Fernando Madureira mostrou publicamente o desagrado com a candidatura do ex-treinador, alinhando a claque com a defesa de uma recandidatura de Pinto da Costa.

Apoio a Pinto da Costa

Esta operação ocorre na mesma semana do evento em que Jorge Nuno Pinto da Costa, presidente do FC Porto há quase 42 anos, irá anunciar uma recandidatura à presidência "azul e branca". No próximo domingo, a partir das 17h, o Coliseu do Porto será palco da apresentação de um "projecto de renovação" para o clube. Será com os olhos postos no futuro que Pinto da Costa avançará para eleições contra André Villas-Boas e Nuno Lobo, em busca de um 16.º mandato.

Fernando Madureira é um dos principais apoiantes públicos do presidente "azul e branco", tendo, inclusivamente, marcado presença no jantar de apoiantes realizado há duas semanas com dezenas de portistas. Com Sónia Trigueirão, Pedro Sales Dias, Sofia Neves e Ana Henriques

Notícia actualizada às 13h06: acrescentada informação sobre apreensões feitas pela PSP

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