Villas-Boas sobre acusação de Pinto da Costa: “Falso e falta de respeito para com os associados”
Presidente do FC Porto acusou Villas-Boas de ser apoiado por inimigos do clube e pela “comunicação social de Lisboa”. Ex-treinador diz que apoio vem única e exclusivamente dos sócios.
Para André Villas-Boas, o actual presidente do FC Porto, Jorge Nuno Pinto da Costa, é "o presidente dos presidentes" e "será sempre tratado com o máximo de respeito e elevação". Mas, confrontado com as acusações feitas pelo histórico dirigente – que referiu que o ex-treinador é apoiado pelos inimigos do clube e pela comunicação social de Lisboa –, o candidato à presidência traçou uma linha vermelha em defesa dos sócios portistas.
"Sinto a força e vontade de mudança dos associados. Dizer que sou suportado por inimigos ou pela comunicação social do sul ou de Lisboa é falso e uma falta de respeito pelos associados e pela força e fervor que tenho sentido dos mesmos. Esta candidatura marca-se pela positiva, por um debate de ideias, sobre a sua sustentabilidade financeira e capacidade de continuar vencedor no futuro. São esses os problemas que me interessam e não continuar a rebater retóricas do passado que já estão ultrapassadas”, afirmou André Villas-Boas.
O ex-treinador respondeu a perguntas da comunicação social após apresentar Angelino Ferreira e António Tavares como responsáveis pelo Conselho Fiscal e Disciplinar e pela mesa da Assembleia-Geral, respectivamente. Para os próximos dias seguem-se novas revelações: o nome seguinte será o do administrador financeiro.
A cerca de dez semanas das eleições, Pinto da Costa ainda não anunciou uma recandidatura ao lugar de presidente. Questionado sobre uma eventual esperança de que o dirigente não seja concorrente directo, Villas-Boas diz que essa decisão depende apenas do actual dirigente: "É uma pergunta que tem de ser feita ao próprio, não me cabe a mim adivinhar ou responder pelo presidente do FC Porto. Só o mesmo saberá os seus timings."
O candidato foi ainda questionado sobre uma eventual continuidade de Sérgio Conceição no cargo de treinador, caso triunfe nas eleições de Abril. Para Villas-Boas, a questão passa por perceber primeiro como é que o clube não conseguiu assegurar a renovação com o técnico campeão por três vezes. Agora, tentará ser o menos disruptor possível para a época.
"Não posso responder pela gestão desportiva, porque não estou no controlo da mesma. Cabe à direcção propor renovação de contrato [ao treinador] ou não. Sempre tentei perceber a razão de não renovar com o treinador, três vezes campeão pelo clube, agora não quero ser disruptor num momento decisivo da época. Sentar-me-ei com o treinador do FC Porto quando lá chegar", adiantou o técnico.
Sobre a relação com as claques, Super Dragões e Colectivo 95, Villas-Boas prometeu analisar atentamente os protocolos assinados pelo clube, relatando as queixas que vai recebendo sobre a escassez de bilhetes para os jogos fora. "Há muitos associados de casas do FC Porto que se queixam de um estrangulamento de acesso à bilhética, nomeadamente nos jogos fora, consumida pelos grupos de adeptos", lamenta, não se comprometendo com qualquer corte de apoios.