Ex-primeiro-ministro paquistanês condenado a mais 14 anos de prisão

Imran Khan e a mulher foram considerados culpados de corrupção. O ex-chefe de Governo, que está actualmente detido, tinha sido condenado na terça-feira a dez anos de prisão noutro processo.

Foto
Imran Khan continua muito popular no Paquistão e o PTI, o partido que fundou em 1996, ambiciona ganhar as eleições de 8 de Fevereiro AKHTAR SOOMRO/Reuters
Ouça este artigo
00:00
02:26

Exclusivo Gostaria de Ouvir? Assine já

O ex-primeiro-ministro do Paquistão Imran Khan e a mulher, Bushra Bibi, foram condenados esta quarta-feira a 14 anos de prisão por corrupção, um dia depois de o antigo governante ter sido condenado a dez anos de prisão por divulgar um documento diplomático classificado para denunciar uma suposta conspiração estrangeira para o retirar do poder.

A sentença foi anunciada pelo juiz do Tribunal de Contas, Muhamad Bashir, na prisão de Rawalpindi, cidade satélite de Islamabad, a capital paquistanesa, onde Khan está detido. O ex-primeiro-ministro e a mulher também terão de pagar uma multa de 1570 milhões de rupias (5 milhões de euros), de acordo com a GEO TV.

Os dois julgamentos foram efectuados na cadeia onde Khan está detido, conhecida por Adiala, a poucos dias das eleições legislativas e provinciais de 8 de Fevereiro, às quais Khan não podia concorrer por ter sido condenado anteriormente a cinco anos de inelegibilidade para cargos públicos. A sentença desta quarta-feira acrescentou mais dez anos a esses cinco.

O ex-primeiro-ministro, uma antiga estrela de críquete que ainda é muito popular no país, e a mulher, com quem casou em 2018, alguns meses antes de chegar ao poder, foram considerados culpados de comprar presentes de Estado a baixo valor que depois revenderam a preços mais altos. Khan já tinha sido condenado em Agosto de 2023 a três anos de prisão por este caso, conhecido como Toshakhana, sentença suspensa por um tribunal superior, mas reafirmada pela mais alta instância judicial.

Khan é ainda suspeito numa dezena de outros casos e o seu partido, o Movimento Paquistanês pela Justiça (Pakistan Tehreek-e-Insaf, PTI), que fundou em 1996 como veículo para as suas ambições políticas, tem sido alvo de acusações de corrupção durante a campanha eleitoral, uma campanha marcada por denúncias de fraude e repressão.

Apesar de tudo, o PTI tem ambições de ganhar, apesar de a 13 de Janeiro o Supremo Tribunal ter ditado que os candidatos do PTI se apresentem como independentes por considerar que a eleição de Gohar Ali Khan como líder do partido, em Dezembro, não foi bem uma eleição, mas uma escolha de Imran Khan.

Em sentido contrário, o ex-primeiro-ministro Nawaz Sharif, líder da Liga Muçulmana do Paquistão-Nawaz, foi autorizado pela justiça a concorrer, depois de uma condenação por corrupção ter sido anulada, considerando o tribunal que a mesma era consequência de uma perseguição política feita por Khan.

Nawaz Sharif não conseguiu terminar nenhum dos seus três mandatos, sempre por interferência do exército. A última vez foi em 2017, tendo sido condenado um ano depois.

Sugerir correcção
Ler 2 comentários