Aliados de Trump declaram “guerra” a Taylor Swift por recearem apoio a Biden

Cantora tem sido alvo de críticas e está no centro de teorias da conspiração. Joe Biden quer que Swift o apoie na próxima eleição presidencial, mas a pop star ainda não se pronunciou.

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Taylor Swift Reuters/ANDREW KELLY
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Taylor Swift ainda não declarou o seu apoio à reeleição de Joe Biden, como o fez na eleição de 2020, mas os aliados de Donald Trump já declararam guerra à pop star, que tem sido alvo de um número crescente de críticas e está no centro de teorias da conspiração.

As críticas à cantora, que foi eleita Pessoa do Ano pela Time, e que é tão influente que a sua última digressão está a ter um impacto tangível na economia dos EUA, estão a aumentar nos dias que antecedem a final do Super Bowl, a 11 de Fevereiro. Isto porque Swift, que namora com Travis Kelce, atacante dos Kansas City Chiefs, tem marcado presença em vários jogos da equipa ao longo dos últimos meses.

Agora que os Chiefs venceram, no domingo, o jogo contra os Baltimore Ravens e vão estar na final da Super Bowl, os rumores de que a cantora poderá estar presente para assistir à possível vitória já começaram a circular. O relacionamento marcou uma intersecção entre duas das forças mais poderosas da cultura pop americana, a gigante Swift, no meio da sua digressão recordista Eras Tour, e a Liga Nacional de Futebol Americano (NFL, na sigla original).

No universo que gira em torno de Trump, o facto de os Chiefs chegarem à final (ou de poderem mesmo vencer) e de Swift poder marcar presença no jogo é uma manipulação dos meios de comunicação e de Biden contra o candidato republicano. E a relação entre as duas estrelas norte-americanas parece sugerir, dizem os apoiantes de Trump, que Swift é uma agente secreta do Pentágono que está dedicada à reeleição de Biden — e que, para ter mais influência, se juntou a Kelce.

Vivek Ramaswamy, um ex-candidato presidencial republicano que declarou o seu apoio a Trump, indagou, no X (antigo Twitter), se um certo casal apoiaria Biden depois da final do Super Bowl. "Pergunto quem vai vencer o Super Bowl no próximo mês. E questiono-me se haverá um apoio presidencial vindo de um casal criado artificialmente e culturalmente. São apenas algumas especulações malucas, vamos ver o que acontece nos próximos oito meses", escreveu Ramaswamy no X nesta segunda-feira.

Também a advogada de Trump, Alina Habba, que representa Trump num caso de difamação em que o ex-Presidente dos EUA foi condenado a pagar 83 milhões de dólares (mais de 76 milhões de euros) à escritora E. Jean Carroll, partilhou esta semana uma mensagem em que a comparam a Taylor Swift. “Quem acha que este país precisa de mais mulheres como Alina Habba e menos como Taylor Swift?”, lê-se na publicação que foi partilhada por Habba no Instagram.

Jesse Watters, um pivô da Fox News, sugeriu este mês que a estrela pop é “uma fachada com uma agenda política secreta” e um activo político do Pentágono. "É real. A unidade de operações psicológicas do Pentágono incentivou a NATO a transformar Taylor Swift num trunfo para combater a desinformação online”, disse Watters no seu programa Jesse Watters Primetime.

Dias depois, a porta-voz do Pentágono, Sabrina Singh, negou a afirmação de Watters com uma referência a um dos grandes sucessos de Swift, a música Shake it off. "No que toca a essa teoria da conspiração, vamos livrar-nos dela”, disse. Outra apresentadora da Fox News, Jeanine Pirro, pediu a Taylor Swift que não se envolva na política. "Não a queremos aqui", disse esta semana numa emissão do canal norte-americano.

Swift na "lista de desejos" de Biden

Travis Kelce também já tinha sido alvo de críticas por parte dos conservadores por fazer uma parceria com a Pfizer numa campanha que apelava à vacinação contra a covid-19.

Swift já era uma megacelebridade quando apoiou Biden em 2020, mas desde então atingiu um nível de fama que a coloca mais perto de um herói nacional do que de uma cantora pop. A venda de bilhetes para os seus concertos bateu recordes dentro e fora dos EUA, a sua presença nos jogos da NFL fez aumentar as audiências e a sua influência estende-se também à política: uma publicação que fez no Instagram, em Setembro, em que encorajava os seus 279 milhões de seguidores a irem votar, fez com que dezenas de milhares de novos utilizadores se registassem no site Vote.org, que fornece aos eleitores guias, formulários de registo eleitoral e informações sobre prazos.

Portanto, não é surpresa que o apoio de Swift esteja na "lista de desejos" dos assessores de Biden para os próximos tempos. A mais de nove meses das eleições gerais, e segundo noticiou esta segunda-feira o The New York Times, Taylor Swift é um nome-chave das listas de potenciais apoiantes — que incluem funcionários eleitos e influenciadores — que a equipa de Biden está a elaborar.

Escreve também a Rolling Stone que, nos bastidores, Trump não reagiu com alarme à possibilidade de Biden e Swift se unirem contra ele. Nas últimas semanas, o ex-Presidente dos EUA tem afirmado que "nenhuma quantidade de apoio" por parte de grandes celebridades salvará Biden. Trump também afirmou que é “mais popular” do que Swift e que tem fãs mais fervorosos do que a cantora.

Embora a equipa de Trump não tenha confirmado tais declarações, o porta-voz da campanha do ex-Presidente dos EUA, Jason Miller, deu a entender que a cantora foi tema de conversa. “Joe Biden pode estar a contar com Taylor Swift para o salvar, mas os eleitores estão a olhar para estas taxas de inflação altíssimas e a dizer: 'Nunca mais voltaremos a ficar juntos'”, disse Miller ao canal norte-americano CNBC, numa referência à música We Are Never Getting Back Together.

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