Confederação Nacional de Agricultores admite avançar para protestos regionais
À semelhança do que está a acontecer em vários países, especialmente em França, protesto pode incluir concentrações, marchas lentas e manifestações. Reivindicam a melhoria de rendimentos.
A Confederação Nacional de Agricultores (CNA) diz que vai promover iniciativas regionais de protesto, incluindo concentrações, marchas lentas e manifestações, pela melhoria dos rendimentos no sector, numa altura em que decorrem bloqueios de estradas em vários países europeus.
“Mesmo num contexto de um Governo em gestão e eleições legislativas, a CNA e as suas associadas irão promover um conjunto de iniciativas regionais de protesto – reuniões, concentrações de agricultores, marchas lentas e manifestações – com vista à construção de caderno de reclamações, com medidas concretas que um novo Governo possa implementar”, refere uma nota da CNA publicada na sua página da Internet.
A decisão da CNA foi tomada esta terça-feira, em reunião promovida para “analisar a situação dos agricultores portugueses na sequência dos cortes conhecidos na semana passada nas ajudas da PAC”.
“Os actuais protestos dos agricultores que ecoam por toda a Europa têm contextos e realidades diferentes, mas em todos eles existe um ponto comum: o rendimento dos agricultores, o dinheiro que no final da campanha fica para os agricultores poderem sobreviver”, refere a CNA, acrescentando: “A realidade é só uma: mesmo contabilizando as ajudas, a asfixia financeira da grande maioria dos agricultores, principalmente os pequenos e médios, é permanente e brutal, agravada pela ‘ditadura’ da grande distribuição e pelos apoios que os Governos lhe dedicam”.
A Confederação Nacional de Agricultores (CNA) vai promover iniciativas regionais de protesto, incluindo marchas lentas e manifestações, pela melhoria dos rendimentos no sector, numa altura em que decorrem vários bloqueios de estradas em vários países europeus.
O “caderno de reclamações com medidas” a apresentar ao futuro Governo, incluem, entre outas, “a melhoria dos rendimentos dos agricultores, preços justos à produção, com proibição de que se pague abaixo do custo de produção, e escoamento dos produtos com incentivo aos circuitos curtos de produção".
Pretendem também a regulação do mercado (incluindo os factores de produção) com medidas que protejam agricultores e consumidores, a concretização do Estatuto da Agricultura Familiar, a alteração do PEPAC (Plano Estratégico da Política Agrícola Comum), e maior justiça na distribuição das ajudas.