Juntas militares de Burkina Faso, Mali e Níger anunciam saída da CEDEAO

Os líderes militares dos três países justificam a saída com as sanções impostas pela Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental e a condenação dos golpes de Estado que levaram a cabo.

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A CEDEAO tem criticado os governos de juntas militares que lideram os três países EPA/MOUSSA KALAPO
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O Burkina Faso, Mali e Níger, países governados por juntas militares não reconhecidas internacionalmente, decidiram retirar os seus países, com efeitos imediatos, da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO).

Num comunicado conjunto, os governos dos três países justificam a saída daquela organização regional na sequência das sanções impostas e da condenação dos golpes de Estado que levaram a cabo.

Os respectivos dirigentes dos três Estados sahelianos, "assumindo plenamente as suas responsabilidades perante a História e respondendo às expectativas, preocupações e aspirações das suas populações, decidiram, em plena soberania, retirar sem demora o Burkina Faso, o Mali e o Níger da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental", refere o comunicado, que foi lido nos órgãos de comunicação social estatais daqueles países.

Os golpes de Estado no Mali (24 de Maio de 2021), Níger (26 de Julho de 2023), Burkina Faso (23 de Janeiro de 2022) derrubaram governos eleitos democraticamente e conduziram ao poder juntas militares que acusaram as forças ocidentais, em particular a antiga potência colonial (França), de ingerência.

Em Setembro, os três países a Aliança dos Estados do Sahel (AES) acordaram reforçar a cooperação e negociaram acordos de auxílio militar, em caso de intervenção externa. Os três países alegam também estar sob ataque de grupos extremistas islâmicos e criticaram os governos anteriores de não terem falhado nessa matéria.

As tropas francesas foram expulsas e há o registo de elementos do grupo de mercenários russo Wagner no terreno.

A CEDEAO tem criticado os governos dos três países e vários governantes admitiram a possibilidade de acções militares no terreno para repor a ordem democrática.

Até há dois anos, Portugal teve militares no Mali, no quadro da cooperação internacional.