Sp. Braga-Estoril: a final inesperada

Taça da Liga decide-se neste sábado, em Leiria, entre duas equipas menos habituadas a lutar por títulos do que as equipas que eliminaram.

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O Estoril afastou o Benfica na Taça da Liga Reuters/PEDRO NUNES
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O Sp. Braga eliminou o Sporting da Taça da Liga LUSA/PAULO NOVAIS
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O favoritismo é apenas um estatuto. Não marca golos nem defende penáltis. Isso ficou mais do que provado nas meias-finais da Taça da Liga, uma competição feita à medida dos “grandes” – a história mostra que, em 16 finais passadas, apenas uma não teve Benfica, FC Porto ou Sporting. Havia uma impressão generalizada que, na final deste sábado (19h45, SIC), haveria um derby lisboeta em Leiria, mas ele não vai acontecer, por mérito de duas equipas que não acreditam em favoritismos. Sp. Braga e Estoril, um deles vai ter um troféu e uma injecção de moral para o que resta da época.

Voltando à palavra favoritismo, pela história, será o Sp. Braga, que afastou o Sporting nas "meias" quem entra nesta final com esse estatuto. Os “arsenalistas” já ganharam esta competição por duas vezes (2013 e 2020) e estiveram em mais duas finais (2017 e 2021), algo que que é consistente com o lugar que têm consolidado no futebol português – nas últimas 20 épocas, só não ficaram no top 4 do campeonato em cinco delas. Já o Estoril, só tem uma final de Taça na sua história, mas não é esta – esteve na decisão da Taça de Portugal em 1943-44, derrotado pelo Benfica por 8-0. Na Taça da Liga, é o mais longe que alguma vez chegou.

Vasco Seabra, treinador do Estoril, é quem assume a dimensão inesperada desta final, que também será uma experiência nova para ele. “Eu sou inexperiente em finais, tal como o clube. Salvo erro, há quase 80 anos que o Estoril não estava nesta situação. Somos outsiders, estamos a desfrutar do jogo. É um momento interessante para o futebol português porque temos uma final que era pouco esperada”, analisa o técnico da equipa que já abateu FC Porto e Benfica na Taça da Liga, mas que está em posição desconfortável na I Liga – 15.º lugar.

Já para Artur Jorge, na sua segunda época a tempo inteiro como treinador principal do Sp. Braga, esta é a sua segunda final em temporadas consecutivas – esteve no Jamor em 2023, derrotado pelo FC Porto. O antigo central não assume o favoritismo dos minhotos até porque uma final é um jogo de natureza diferente de todos os outros.

“Não acho que as finais tenham favoritos. Há a tentação de encontrar uma equipa mais favorita, mas, enquanto treinador, sei que são duas equipas que têm mérito de estar aqui e vão querer ganhar”, reforça Artur Jorge.

E o adversário chamar-se Estoril e não Benfica, acrescenta, pode até ser uma dificuldade acrescida, a propósito da final que o Sp. Braga perdeu com o Moreirense em 2017: “Esta é a final mais difícil que podíamos ter, porque temos de controlar as expectativas. A ambição não pode ser diferente da que terá o nosso adversário e não seria diferente se o adversário fosse o Benfica. Mas também sabemos das dificuldades que vamos ter pela frente, com um adversário forte.”

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