Exposição que representou Portugal na Bienal de Arquitectura de Veneza chega a Lisboa

Fertile Futures, projecto sobre a protecção, a gestão e o futuro dos recursos hídricos em território português, instala-se a partir deste sábado no Palácio Sinel de Cordes.

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Fotografia de Miguel Fernandes de uma raiz de Freixo, um depósito natural encontrado pelo Dulcineia Santos Studio DR
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A exposição Fertile Futures: Laboratório em Itinerância, que parte do projecto concebido pela representação oficial portuguesa na 18.ª Bienal de Arquitectura de Veneza, vai ser inaugurada este sábado em Lisboa.

Até 27 de Abril, o Palácio Sinel de Cordes, sede da Trienal de Arquitectura de Lisboa, acolhe o trabalho desenvolvido em torno do processo laboratorial que teve como objectivo problematizar a gestão dos recursos hídricos no território português, com foco em sete hidro-geografias. O projecto Fertile Futures, com curadoria de Andreia Garcia, fundadora do atelier de arquitectura Architectural Affairs, representou Portugal na Bienal de Arquitectura de Veneza entre 20 de Maio e 26 de Novembro de 2023, sob o tema O Laboratório do Futuro.

Seleccionado por um concurso promovido pela Direcção-Geral das Artes (DGArtes), o projecto defendeu a "pertinência do contributo da arquitectura no redesenho do futuro descarbonizado, descolonizado e colaborativo", respondendo à convocatória lançada pela curadora-geral desta edição da bienal, Lesley Lokko, sobre contextos que testemunham condições climáticas extremas.

A exposição portuguesa reúne um conjunto de modelos de jovens profissionais da arquitectura para um amanhã mais sustentável, e baseia-se em sete casos que exemplificam a acção antropocêntrica sobre recursos na Bacia do Tâmega, Douro Internacional, Médio Tejo, Albufeira do Alqueva, Perímetro de Rega do Rio Mira, Lagoa das Sete Cidades e nas Ribeiras Madeirenses. De Braga a Faro, sete equipas foram desafiadas a imaginar os reservatórios de água do futuro.

"Elemento vital às espécies humana e não-humana, mas também metafórico e emocional, a água doce é simultaneamente política e economia. É por isso urgente a discussão pública sobre a protecção, a gestão e o futuro deste recurso natural", defendem os autores de Fertile Futures, alertando que já existem "manifestações dramáticas em distintas especificidades do território português".

Além da exposição em Veneza, Fertile Futures envolveu uma investigação multidisciplinar que aliou cinco assembleias de pensamento, um seminário internacional de verão e duas publicações, que serão também apresentadas na sede da Trienal.

Nos sete meses da bienal, o pavilhão de Portugal em Veneza foi visitado por 34 mil pessoas, segundo dados da DGArtes. Na inauguração em Lisboa, marcada para as 15h, estarão presentes a curadora, Andreia Garcia, o director-geral das Artes, Américo Rodrigues, e o director executivo da Trienal de Arquitectura de Lisboa, Manuel Henriques.

Será ainda lançada a publicação Fertile Futures- Vol.2, e realizada uma visita guiada pela equipa curatorial e equipas artísticas, com uma assembleia de pensamento. O programa integra visitas guiadas para grupos e oficinas para escolas.