A Cerca dos Frades Arinto dos Açores 2021
Produtor
Tito Silva
Castas
Arinto dos Açores
Região
Açores (DO Pico)
Grau alcoólico
12,8%
Preço (euros)
50 (PVP recomendado)
Pontuação
93
Autor
Ana Isabel Pereira
Notas de prova
A primeira coisa que nos ocorre dizer sobre este vinho quando o provamos é que tem uma salinidade que é uma loucura. É salgado como nunca havíamos provado. E esse lado gera uma sensação dupla, de espanto e incómodo — porque o nosso paladar não estava preparado para a experiência. Paulo Machado gosta de utilizar nos seus lotes diferentes mostos, incluindo dos do final de prensagem, que trazem mais concentração e mais sal, mas neste caso o enólogo fermentou tudo junto. É por isso ainda intrigante esse lado, mas a sua complexidade não será alheia à qualidade das uvas (diz que eram “muito boas”), ao longo estágio sobre borras, à bâtonnage e até ao tempo que ficou sossegadinho na garrafa, quase um ano, à espera de ir para o mercado – este Arinto dos Açores é um garrafeira, o que nos Açores quer dizer um estágio mínio de nove meses em garrafa. Está lá a frescura e o lado cítrico da casta, mas a sua estrutura e untuosidade envolvem-nos de tal forma que não percebemos a acidez elevada do vinho nem o álcool, um bocadinho mais elevado do que os outros que o produtor fez da mesma vindima. Envolvem-nos e agarram-nos por longos segundos. Provámo-lo sem comida, cheira-nos que casará bem com marisco. 1.302 garrafas.
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