Estoril segue para a final da Taça da Liga às custas do Benfica

“Canarinhos” vão defrontar o Sp. Braga no próximo sábado, após eliminarem os “encarnados” no desempate por penáltis.

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Reuters/PEDRO NUNES
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O Estoril-Praia vai estrear-se na final da Taça da Liga, depois de eliminar nesta quarta-feira em Leiria. Após um empate (1-1) no final dos 90 minutos, os "canarinhos" foram mais eficazes no desempate por penáltis, com Bernardo Vital a marcar o penálti decisivo.

O melhor Benfica da época contra o pior Estoril. Esta era uma das narrativas possíveis para esta segunda meia-final, os “encarnados” vitoriosos nos seus últimos oito jogos, os “canarinhos” só com derrotas nos últimos quatro. Schmidt resistiu à tentação de usar no “onze” os brinquedos novos (Carreras, Rollheiser e Leonardo ficaram no banco), mudando apenas o ponta-de-lança (Musa em vez de Cabral), enquanto Vasco Seabra mudou quase meia equipa em relação ao jogo anterior – uma das novidades, na baliza, seria decisiva, mas já lá vamos.

Quanto ao Benfica, não há grandes segredos sobre a forma como joga. Transição, transição, transição. Para conseguir tirar alguma coisa do jogo, era a isto que o Estoril tinha de estar atento, ter muito cuidado na coordenação da sua linha defensiva e fazer contenção aos mais criativos e decisivos nos “encarnados”, Rafa e Di Maria. Foi o argentino até que protagonizou, aos 7’, a primeira situação de perigo, com um remate rasteiro que passou bem perto da baliza do Estoril.

Na resposta, a formação de Vasco Seabra foi igualmente perigosa com uma jogada individual de Koindredi (que se diz estar perto do Sporting). O médio francês foi desde o seu meio-campo até à área contrária com a bola controlada e, quando se preparava para rematar, foi desarmado pelo omnipresente João Neves.

O golo estorilista não tardou a aparecer. Aos 16’, Mangala ganhou um duelo no meio-campo e, imediatamente, lançou a bola para Rodrigo Gomes. O lateral combinou bem com Heriberto, e foi receber junto à linha final. Tirou António Silva do caminho e fez o cruzamento para o lado contrário. Guitane era o destinatário, mas o francês não estava em posição de remate. Veio para o meio, encontrou espaço e atirou por entre as pernas de Morato e fora do alcance de Trubin.

Mais uma vez, o Benfica iria ter provar em campo a sua capacidade de recuperar de uma desvantagem – já o fez por quatro vezes esta época. Seria esta a quinta? Pouco depois do golo sofrido, teve oportunidade gigante para nivelar o marcador, numa transição rápida em que Aursnes colocou a bola redondinha à frente de Rafa. Mas Dani Figueira foi gigante a deter o remate do avançado benfiquista. Assim como também foi gigante aos 36’ a deter um remate frouxo de Di Maria.

O Benfica só podia queixar-se de si próprio por ir para o intervalo a perder. Tinha feito o suficiente para outro resultado, mas havia desperdício e alguma previsibilidade. O Estoril, claro, também tinha alguma “culpa”, ousado na forma como procurou sempre sair com critério, sem autocarros. Uma ideia positiva que estava a resultar.

O jogo recomeçou e recomeçou o domínio do Benfica. O empate surgiu com naturalidade aos 58’. Com a defesa do Estoril subida, João Mário viu uma trajectória entre ele e Otamendi. Foi para o argentino que direccionou a bola, Musa deixou passar e a bola só acabou no fundo da baliza do Estoril.

Ainda com meia-hora pela frente, houve mais Benfica que Estoril – Carreras estreou-se pelos “encarnados” e mostrou qualidade. E Di Maria, no último minuto da compensação atirou de fora da área, mas Dani Figueira defendeu para o poste.

O jogo não saiu do empate e avançou-se directamente para os penáltis. Marcos Leonardo foi o primeiro a falhar, atirando para o meio da baliza, onde estavam as pernas de Dani Figueira, depois foi João Marques a falhar pela equipa de amarelo. Depois da primeira série de cinco para cada lado, quem falhasse arriscava-se a ficar pelo caminho. Tomás Araújo falhou o alvo, Vital acertou e o Estoril, depois da sua pior série da época, vai para a sua primeira final à primeira tentativa.

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