Depois do JN e O Jogo, trabalhadores do Dinheiro Vivo também suspendem contratos de trabalho
Após reunião em plenário, a redacção decidiu suspender contratos de trabalho na sequência da “total ilegalidade que constitui a falta de pagamento de vencimentos devidos por lei aos trabalhadores”.
Os trabalhadores do Dinheiro Vivo anunciaram esta segunda-feira a suspensão dos seus contratos de trabalho por falta de pagamento dos salários e do subsídio de Natal, decisão que também tinha sido tomada pelas redacção do Jornal de Notícias e O Jogo, que também pertencem ao grupo Global Media.
Após reunião em plenário, e segundo um comunicado, a redacção do Dinheiro Vivo (DV) decidiu suspender os contratos de trabalho na sequência da "total ilegalidade que constitui a falta de pagamento de vencimentos devidos por lei aos trabalhadores" (subsídios de Natal e salários de Dezembro) e dizem estar a ser usados "como reféns numa guerra de accionistas".
No comunicado, os trabalhadores repudiam o "desinvestimento acelerado e o clima de instabilidade que tem assolado a redacção do DV, bem como todas as outras do grupo". "Com uma equipa de apenas dez jornalistas – dos quais um director e duas editoras - e perante a impossibilidade de recorrer a colaboradores, vitais para o bom funcionamento e diversidade da publicação, o projecto editorial económico do grupo está em perigo – motivos, aliás, que levaram à demissão do director, com o qual a redacção se solidariza".
A redacção do título de economia do grupo (que chegou a ter um equipa de 31 jornalistas e que está agora reduzida a um terço) diz que irá utilizar o site e o caderno semanal do Dinheiro Vivo como "meios de luta" e que está solidária com todas as formas de luta dos "camaradas do Diário de Notícias, do Jornal de Notícias, de O Jogo, da TSF, da Global Imagens, dos demais títulos do GMG".
Os jornalistas do Dinheiro Vivo produzem os conteúdos económicos do Diário de Notícias e do Jornal de Notícias e um caderno semanal impresso nestas publicações.
"Vamos continuar a aguardar uma decisão da Entidade Reguladora para a Comunicação Social e sublinhamos a urgência desta decisão atendendo às actuais condições de trabalho no grupo, cada vez mais degradadas e insustentáveis a curto prazo. Exigimos aos accionistas minoritários do GMG a clarificação das suas posições bem como os processos negociais em que estão envolvidos e se estes implicam a separação dos títulos e das marcas. É imperativo conhecer o futuro, não só do Dinheiro Vivo, mas também dos restantes meios", referem ainda.
Na passada quinta-feira, o fundo que controla o Global Media Group (GMG) anunciou que não realizará a transferência extraordinária que permitiria pagar os salários em atraso enquanto decorrerem os procedimentos anunciados pela Entidade Reguladora para a Comunicação Social e até que a providência cautelar de arresto, anunciada por Marco Galinha, accionista e ex-presidente da comissão executiva do grupo, seja retirada.