Centros de emprego fecharam 2023 com mais dez mil desempregados inscritos

As inscrições no IEFP aumentaram pelo sexto mês consecutivo e, em Dezembro, havia cerca de 318 mil desempregados registados. Pessoas acima de 25 anos e com o secundário entre as mais penalizadas.

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Madeira e Açores são excepção na tendência de aumento homólogo do número de inscrições nos centros de emprego Andreia Carvalho
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O Instituto do Emprego e Formação Profissional (IEFP) fechou o ano de 2023 com mais desempregados inscritos, confirmando-se uma tendência iniciada no Verão. No final de Dezembro, havia 317.659 desempregados registados nos centros de emprego, uma subida de 10.654 pessoas face ao mês homólogo de 2022 (3,5%) e de 5349 em comparação com Novembro (1,7%).

As estatísticas divulgadas nesta segunda-feira mostram que, para encontrar um número mais elevado, é preciso recuar a Janeiro, quando o total de inscritos ultrapassava os 322 mil.

Comparando o último mês de 2023 com o de 2022, o aumento das inscrições foi mais expressivo entre as pessoas que estavam no desemprego há menos de 12 meses (17.442), com o ensino secundário (14.524), que procuravam um novo emprego (10.412) e com idades acima dos 25 anos (8169).

Entre os grupos profissionais mais penalizados estão os operadores de instalações e máquinas e trabalhadores da montagem, onde o número de inscritos aumentou 8,8%; os trabalhadores não qualificados, que tiveram um aumento de 8,1%; o pessoal administrativo, com uma subida homóloga de 6,1%; e os trabalhadores qualificados da indústria e construção, com um aumento de 6% do número de inscritos.

As ofertas de emprego por satisfazer, no final de Dezembro, totalizavam 10.353. Este número, sublinha o IEFP, corresponde a uma diminuição das ofertas em ficheiro tanto na análise anual (menos 1078), como face ao mês anterior (menos 2887).

Olhando para a evolução mensal, Dezembro foi o sexto mês consecutivo em que o número de inscrições aumentou, confirmando a tendência que se iniciou em Julho, embora agora a um ritmo menos expressivo.

Açores e Madeira escapam a aumento generalizado

A dinâmica de inscrições no IEFP não foi igual em todo o país, com o mercado de trabalho das regiões autónomas a dar sinais de um melhor comportamento.

Na comparação face ao período homólogo, o desemprego registado aumentou em todas as regiões do continente.

O valor mais acentuado registou-se no Alentejo, com um aumento de 9,6%, seguindo-se o Norte e o Algarve, onde as inscrições cresceram 5,7%, e o Centro, com um aumento de 5,1%. Em Lisboa e Vale do Tejo, a subida foi menos expressiva e não foi além de 2,6%.

Contrariando a tendência, a Madeira viu o número de inscrições recuar 24% e nos Açores a queda foi de 14,8%

Já em relação ao mês anterior, com excepção dos Açores, a tendência é também de aumento do desemprego com a maior variação a ocorrer na região do Algarve, onde houve um aumento de 18,4%.

Além do número total de desempregados registados no final de cada mês, as estatísticas dão também conta do fluxo de novas inscrições.

Ao longo de Dezembro de 2023, mostram os dados, inscreveram-se nos centros de emprego de todo o país 44.082 desempregados. Trata-se de um número ligeiramente superior (0,1%) ao registado em Dezembro de 2022 e 25,2% abaixo das novas inscrições verificadas em Novembro.

As ofertas de emprego recebidas totalizaram 8062, número 18,8% superior ao do período homólogo e 15% inferior face ao mês anterior.

As actividades com maior expressão nas ofertas de emprego foram as actividades imobiliárias, administrativas e dos serviços de apoio (15,3%), o comércio por grosso e a retalho (12,6%), a administração pública, educação, actividades de saúde e apoio social (11,2%) e as actividades de consultoria, científicas, técnicas e similares (10,7%).

Durante o mês de Dezembro, os centros de emprego colocaram 5931 pessoas nas empresas, o que representa um aumento de 7,7% face 2022 e uma quebra de 21,9% em comparação com o mês precedente.

Olhando apenas para as colocações do continente, há uma maior concentração nos trabalhadores dos serviços pessoais, de protecção e segurança e vendedores (21,4%), nos trabalhadores não qualificados (21,2%) e nos especialistas das actividades intelectuais e científicas (13,8%).

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