Matámos a aldeia
Antigamente, no tempo das nossas mães e avós, dizia-se que era precisa uma aldeia inteira para educar uma criança. Hoje, a aldeia parece ser dispensável.
Quando o meu filho João tinha dois anos, fez uma birra que vai ficar para a história da nossa família. Confesso que gostava imenso de ter um contexto engraçado ou uma razão óbvia para justificar o espoletar daqueles insanos 40 minutos, mas a verdade é que a birra veio verdadeiramente do nada ou, se quisermos forçar uma causa, foi provocada pela anatomia humana. Dito isto, era Agosto, estávamos em Arraiolos, Évora, e o calor permitia estrelar ovos no passeio. Como percebi que ele estava a transpirar, apesar de estarmos em casa, decidi tirar-lhe a T-shirt e deixá-lo andar só de fralda. Acontece que, quando lhe tirei a T-shirt, abri a Caixa de Pandora. Porque ele olhou para baixo, para a barriguinha que, naquela altura, era gorducha, e num grito lancinante atirou um:
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