Dos que fazem resumos com 300 páginas aos que olham para o manual uma só vez, todos temos métodos de estudo diferentes. Segundo um inquérito realizado pela Federação Académica do Porto, nove em cada dez estudantes universitários do Porto sente um declínio significativo na sua saúde mental com a aproximação da época de exames. A pressão no desempenho académico é a principal causa do declínio e a falta de um método de estudo eficaz pode aumentar o desconforto. Se estás à procura de novas formas de foco, esta lista é para ti. Bom trabalho.
Método Pomodoro
O método Pomodoro foi desenvolvido por Franceso Cirillo no final dos anos 1980 e é uma das técnicas de gestão de tempo mais conhecidas. Esta técnica baseia-se no pensamento de que fazer pausas frequentes aumenta a produtividade.
Para usar o método Pomodoro é necessário escolher as tarefas a executar. Com um cronómetro colocas o tempo desejado para a realização das tarefas (tradicionalmente, usam-se 25 minutos). Esse tempo de produtividade chama-se pomodoro.
Durante 25 minutos deves dedicar-te à primeira tarefa e, no final do tempo, é altura de uma pequena pausa de cinco minutos. A quarta pausa deverá ser maior, tendencialmente entre 20 e 30 minutos. A quinta pausa volta aos cinco minutos e assim sucessivamente.
Pontos fortes
- Períodos de foco intenso
- Prevenção da fadiga física e mental devido às pausas recorrentes
Pontos fracos
- Rigidez dos pomodoros. Poderão existir tarefas que ocupam mais do que 25 minutos e outras menos
- Pressão do relógio que pode levar a uma menor concentração durante o pomodoro
Método Robinson (EPL2R)
Este método, criado em 1940 por Francis Pleasant Robinson, também é conhecido como EPL2R, devido ao nome das tarefas que acarreta. O “E” significa exploração, é necessário explorar o objecto de estudo, descobrir a sua finalidade e pesquisar por ele noutras fontes de modo a aumentar a curiosidade pelo tema. O “P” é dedicado a perguntar, apontar todas as dúvidas que surgem.
O terceiro passo é ler todo o material disponível de estudo sobre o tema. De seguida, o primeiro “R” remete para relembrar. Sem auxílio dos outros documentos, deves anotar, de memória, tudo o que sabes sobre o objecto de estudo. Desta forma poderás perceber o que já sabes e o que ficou esquecido ou menos aprofundado. Por último, é o momento de Repassar, isto é, rever tudo aquilo que já foi analisado, com um maior foco no que ficou esquecido, e voltar a escrever tudo.
Pontos fortes
- Ênfase nas perguntas, aumentando o espírito crítico sobre o tema
- Dedica um momento à revisão da matéria, um importante passo para consolidar a memória
Pontos fracos
- Mais demorado do que outros processos devido à quantidade de passos
- A necessidade de repassar toda a informação pode ser exaustiva
Mapa Mental
O mapa mental é uma técnica de organização visual. Os mapas mentais são criados em torno de um tema central e usam ramificações para interligar conceitos, dando uma representação gráfica de ligações e hierarquias.
Pontos fortes
- Eficaz para quem possui uma boa memória visual
- Estimula a criatividade e associação livre de conceitos tornando o conhecimento mais intuitivo
Pontos fracos
- Método limitado para objectos de estudo mais detalhados devido ao ser teor visual
- Maior subjectividade de interpretação
Estudo Intercalado
O estudo intercalado partilha a mesma ideia que o método Pomodoro. Ou seja, que os períodos de concentração devem ser doseados para serem eficazes. No entanto, os métodos diferem num ponto fulcral. No método do estudo intercalado, em vez de um período de concentração ser seguido de uma pausa de descanso, é seguido de um período de concentração numa outra matéria. Por exemplo, depois de um bloco de 30 a 90 minutos dedicado a Matemática, devemos passar a um bloco de concentração em História.
Pontos fortes
- Evita a saturação de um tema e a monotonia do estudo.
- Promove maiores períodos de concentração.
Pontos fracos
- Potencial confusão entre tópicos e na gestão de tempo.
- Não dedica tempo ao descanso, podendo gerar mais cansaço.
Método Cornell
O método Cornell, desenvolvido por Walter Pauk, professor na Universidade de Cornell, dedica uma página por tópico. Cada página é dividida em três secções diferentes. O maior segmento é dedicado a anotações simples sobre a matéria, isto é, os tópicos mais importantes de uma primeira leitura. A margem esquerda, por sua vez, deve servir para registar possíveis perguntas sobre o tópico. Na margem inferior é suposto escrever a matéria pelas próprias palavras ou como a explicaríamos a alguém.
Pontos fortes
- Estímulo de aprendizagem através da explicação
- Foco nas possíveis perguntas sobre o tema
Pontos fracos
- Divisão rígida das páginas
- Limitação na profundidade das anotações, pode interferir na explicação de conceitos mais complexos