Dakar2024: João Ferreira ficou à porta do pódio na 10.ª etapa

O piloto de Leiria foi o melhor representante nacional da tirada, em redor de Al Ula, na Arábia Saudita.

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Carlos Sainz, com três furos, viu a liderança nos carros reduzida EPA/Aaron Wishart
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O piloto João Ferreira (Can Am) terminou esta quarta-feira na quarta posição, entre os SSV, a 10.ª etapa da 46.ª edição do rali Dakar, em que foi o melhor português.

O piloto de Leiria foi o melhor representante nacional da tirada, em redor de Al Ula, na Arábia Saudita, ao concluir os 371 quilómetros cronometrados a 5m16s da vencedora, a norte-americana Sara Price (Can Am). O checo Jerome Sadeleer (MMP) foi segundo classificado, a 22 segundos, com o brasileiro Rodrigo Varela (BBR) em terceiro, a 4m10s.

"Esta etapa nunca ia permitir que se criassem grandes diferenças, uma vez que era muito rápida. Os pilotos que estavam à minha frente tinham vantagem na ordem de partida e, apesar de ter recuperado alguns lugares em pista, mantenho o quinto lugar na classificação. Foi uma boa etapa para limparmos a cabeça dos problemas sentidos ontem e preparar um ataque final ao pódio. A etapa de amanhã promete ser duríssima e vamos ter de atacar", frisou João Ferreira.

O navegador português Fausto Mota, que acompanha o brasileiro Cristiano Batista (Can Am), perdeu algum tempo devido a dois furos e terminou na nona posição.

Na geral, João Ferreira é quinto, a 1h15m40s do líder, o francês Xavier de Soultrait (Polaris). Fausto Mota é sétimo.

Nos automóveis, o francês Guerlain Chicherit (Toyota) venceu pela primeira vez este ano, nona na carreira, e bateu o sul-africano Brian Baranagwanath (Century) por 5m43s, com o lituano Benediktas Vanagas (Toyota) em terceiro, a 6m04s.

No entanto, o francês Sébastien Loeb (BRX) recuperou terreno ao espanhol Carlos Sainz (Audi) na luta pela vitória.

Loeb ainda teve de fazer reparações no troço de ligação antes de iniciar a especial, mas fechou o dia na 16.ª posição. Contudo, Sainz sofreu três furos e, como só tinha duas rodas suplentes, teve de esperar pelo companheiro de equipa Mathias Ekstrom.

Com isso, perdeu cerca de sete minutos, apesar de ter estado a ceder mais de um quarto de hora a meio da etapa. Loeb também furou duas vezes e ainda teve um problema com o macaco hidráulico, tendo de colocar o carro em cima de uma pedra.

O espanhol tem agora 13m22s de vantagem sobre Loeb, que perdeu o companheiro de equipa Nasser Al-Attiyah (BRX) devido a problemas mecânicos na etapa da véspera.

Nas motas, Rui Gonçalves (Sherco) voltou a ser o melhor português, terminando o dia na 11.ª posição, a 8m02s do vencedor, o norte-americano Ricky Brabec (Honda). António Maio (Yamaha) foi 24.º, Mário Patrão (Honda) 30.º e melhor dos veteranos, seguido de Bruno Santos (KTM), em 31.º.

Na classificação geral, Brabec cimentou a liderança, com 10m54s de vantagem sobre Ross Branch (Hero), do Botswana. O francês Adrien van Beveren (Honda) é o terceiro, a 11m46s.

"Amanhã vai ser a especial mais difícil, pelo que temos de ter cuidado. O Ricky vai abrir a pista, mas terá o Nacho [Cornejo] e o Adrien [van Beveren] logo atrás, para ajudar se for preciso", explicou o português Ruben Faria, director desportivo da Honda.

António Maio manteve o 18.º lugar e Rui Gonçalves o 24.º. Bruno Santos é 29.º e terceiro dos estreantes, enquanto Patrão é 30.º e líder dos veteranos.

Na classe Challenger, para veículos ligeiros protótipos, Ricardo Porém (MMP) foi oitavo, a 13m46s do vencedor, o brasileiro Marcelo Tiglia (BBR), com João Monteiro logo atrás, em nono. Na geral, Porém é sétimo, com João Monteiro em 13.º. Mário Franco (Can Am) é 25.º.

A 11.ª e penúltima etapa do Dakar poderá ser decisiva, pois a ligação entre Al Ula e Yanbu terá 420 quilómetros cronometrados, num percurso com muita pedra.