O desamor de Camões soa belo e sóbrio em Lina
Com Justin Adams ao seu lado em Fado Camões, a cantora entrega-se de voz e alma à lírica camoniana, num fado para guitarra e Moog. É lançado sexta-feira.
Dizia Amália, na imprescindível biografia em que Vítor Pavão dos Santos registou a sua vida, que “o Menor é o pai e a mãe do fado”. “É destino mau, destino das pessoas quando é triste. No Camões, fado nunca aparece em situações de alegria.” E ouvindo a fadista-maior reclamar para si os versos “Com que voz chorarei meu triste fado/ que em tão dura paixão me sepultou”, voz mergulhada lá bem no fundo de uma ferida ainda por fechar, acompanhada pela composição de Alain Oulman, Amália provaria em Com que Voz o quanto a lírica camoniana – depois de ter andado pel’Os Lusíadas e percebido que não se ajustava à forma cantada – assentava na perfeição naquilo que queria cantar e que entendia ser a essência da arte que revolucionou.
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