Santos Silva disponível para continuar como presidente da Assembleia da República

Segunda figura do Estado alega que em 2022 aceitou “um trabalho até 2026” e não faz agora sentido rejeitá-lo. Mas admite que a sua continuidade depende do partido e do eleitorado.

Foto
Augusto Santos Silva apoiou José Luís Carneiro na corrida à liderança do PS LUSA/JOSÉ SENA GOULÃO
Ouça este artigo
00:00
02:36

Exclusivo Gostaria de Ouvir? Assine já

O presidente da Assembleia da República, Augusto Santos Silva, manifestou-se nesta terça-feira disponível para continuar no cargo após as legislativas, mas ressalvou que essa continuidade depende da decisão do seu partido e do eleitorado. "A minha lógica é muito simples: eu, em 2022, aceitei um trabalho até 2026. Portanto, não vejo razão agora para o rejeitar", afirmou Augusto Santos Silva, em declarações aos jornalistas, após ter participado numa iniciativa sobre jornalismo no âmbito do 5.º Congresso dos Jornalistas.

Não é a primeira vez que o presidente da Assembleia da República assume que gostaria de se manter naquelas funções. Santos Silva ressalvou, contudo, que há um "conjunto de variáveis" que vai determinar quem será o próximo presidente do Parlamento, entre as quais a sua própria vontade, a decisão do seu partido, mas também "do eleitorado". "A vontade determinante aqui é mesmo a vontade do eleitorado e temos de ser bastante humildes agora porque se trata de influenciar, primeiro, e, depois, respeitar a vontade do eleitorado", afirmou.

Questionado se teme que o processo de elaboração de listas de candidatos a deputados no PS possa ser alvo de críticas internas, designadamente de concelhias, como foi no PSD, Santos Silva disse não ter "a mínima dúvida de que vai ser um processo absolutamente pacífico".

"O PS não é um partido que faz purgas, de ajustes de contas. Não há no PS esta lógica de uma vez a banca parlamentar que se constitui estar toda virada a Norte e, no próximo momento, vira a toda a Leste. Todos os pontos cardeais são admitidos e integrados no PS", assinalou.

Para Santos Silva, a razão disso prende-se com o facto de o debate da disputa pela liderança do PS já ter sido feito. "Esse debate concluiu-se. Agora, a liderança é a liderança de todos. Todos estamos unidos e determinados em ganhar as próximas eleições", referiu.

Interrogado se considera que os partidos deveriam discutir mais sobre política internacional no âmbito da campanha eleitoral, depois de o Presidente da Ucrânia ter hoje pedido mais apoio internacional em Davos, Santos Silva respondeu que não lhe parece.

O presidente do Parlamento indicou que as campanhas eleitorais são momentos em que os partidos procuram "marcar diferenças". "Acontece que, entre os dois principais partidos que disputam a vitória nas próximas eleições, em matéria de política internacional são mais as semelhanças do que as diferenças. Portanto, é natural que a política internacional não seja um dos pratos fortes de uma campanha eleitoral", disse.

Sobre a Ucrânia, Santos Silva acrescentou que não há a "mínima dúvida" de que Portugal e todos os seus órgãos de soberania estão unidos no apoio ao país.