Seal, o sedan eléctrico com que a BYD quer navegar a corrente da sofisticação
A linha dedicada aos oceanos da marca chinesa acaba de ganhar um executivo que se quer distinguir pela elegância e reforçar a imagem do emblema. Os preços arrancam nos 46.990€.
A BYD, marca chinesa que começou por palmilhar o caminho da electrónica e da tecnologia e só depois se dedicou aos automóveis, chegou há pouco ao mercado nacional, mas nem por isso o seu início se tem feito de forma tímida. Depois de se ter estreado, há menos de um ano, com três modelos no portefólio (Atto 3, SUV do segmento C; Han, sedan de segmento E; e Tang, SUV do segmento E), acaba de somar o quinto automóvel à sua gama, o Seal, pouco tempo depois da chegada do hatchback familiar Dolphin.
Desta feita a aposta recai num segmento, o D, que, embora não seja o mais pesado em termos de número de vendas, lhe permite ter oferta para conquistar executivos e empresários, rivalizando directamente, até em termos de preço, com o Tesla Model 3. O BYD Seal é proposto desde 46.990 euros, na versão de tracção traseira, mas a grande aposta deverá concentrar-se na apimentada versão de tracção integral, a partir de 47.990 euros (o Model 3 de motor duplo e tracção integral custa desde 48.990€).
O Seal distingue-se pelas linhas baixas, esculpidas e, ao mesmo tempo, fluidas, que garantiram um coeficiente de resistência aerodinâmica de apenas 0,219, número conseguido graças também a alguns detalhes, como os puxadores das portas nivelados com a carroçaria ou a forte inclinação dos pilares A.
Com 4,8 metros de comprimento e 2920mm de distância entre eixos, o habitáculo é generoso em espaço, como se pretende de um executivo, existindo ainda uma preocupação com a funcionalidade: a mala arruma 400 litros (no capot, há ainda outro espaço de arrumação, de 53 litros, ideal para pôr os cabos de carregamento, por exemplo) e há cerca de duas dezenas de espaços de arrumação de diferentes formas e tamanhos.
Assente na e-Platform 3.0, já usada pelo Atto 3 e pelo Dolphin, o Seal estreia a tecnologia Cell-to-Body (CTB), sendo a bateria uma componente estrutural da carroçaria do veículo, o que contribui favoravelmente para a rigidez torcional, mas também para a segurança (obteve as cinco estrelas Euro NCAP) ou para o espaço a bordo, nomeadamente em altura, sem que isso tenha exigido fazer crescer a linha do tejadilho.
A bateria, designada de blade battery, distingue-se de outras soluções usadas em eléctricos pelo facto de as células serem dispostas em lâminas e por usar ferro e lítio, anulando o cobalto da equação, o que promove a estabilidade térmica. Neste capítulo, o Seal também beneficia de trazer, de série, um sistema de bomba de calor de alta eficiência, que aproveita o calor residual do ambiente, do motor, do habitáculo e até das baterias.
A Portugal, o Seal chega com dois níveis de equipamento: Design, na versão de tracção traseira, e Excellence, para o automóvel de quatro rodas motrizes. O primeiro propõe um motor 8 em 1 — reúne no mesmo módulo a unidade de controlo do veículo, o sistema de gestão da bateria, a unidade de distribuição de potência, o motor de tracção, o controlador do motor, a transmissão, DC-DC e o carregador de bordo — a debitar 230 kW (313cv), capaz de acelerar de 0 aos 100 km/h em 5,9 segundos. Já o segundo põe-se em bicos de pés como um potente desportivo: a potência combinada de dois motores é de 390 kW (530cv), para acelerações ultra-rápidas (3,8 segundos dos 0 aos 100 km/h). A título de curiosidade, o Model 3 de motor duplo e tracção integral, com 498cv, cumpre a métrica em 4,4 segundos.
A bateria a alimentar as mecânicas é a mesma, com capacidade de 82,5 kWh, sendo o Seal Design capaz de aguentar uma autonomia média de 570 quilómetros e o Excellence de 520 quilómetros. Para recarregar a bateria, o Seal é vendido com um carregador trifásico incorporado de 11 kW, sendo que aceita carregamentos em corrente contínua até uma potência de 150 kW — cerca de meia hora para recuperar até 80% da carga.
Mas no que a BYD se quer destacar com o Seal é na emoção, sendo o primeiro da gama a apresentar-se com suspensão independente (de braços duplos à frente e de cinco braços atrás), o que lhe permite reclamar maior agilidade. A versão Excellence, com tracção integral, integra ainda amortecedores de frequência variável e um sistema de controlo inteligente de adaptação do binário, o que facilita o controlo do automóvel em situações de maior pressão. Ao condutor fica a decisão de como realizar o trajecto: em modo Eco, privilegiando a eficiência; Normal, para o conforto do dia-a-dia; Sport, para desfrutar de momentos de condução mais agressiva; ou Snow, ideal para ser usado em pisos escorregadios.
No capítulo do entretenimento, o Seal é proposto com um ecrã rotativo de 15,6 polegadas, com sistema compatível com Android Auto ou Apple CarPlay e sistema de conectividade 4G, aceitando actualizações remotas de software.