O Benfica precisa de sustos para ganhar

Mais um triunfo com reviravolta para os “encarnados”, que bateram o Rio Ave por 4-1 na Luz e voltaram a ficar a um ponto da liderança.

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Marcos Leonardo estreou-se com um golo Reuters/RODRIGO ANTUNES
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Tem sido recorrente nesta época. O Benfica começa a perder, atrapalha-se, mas há sempre alguém que não deixa a equipa “encarnada” afundar-se e dá o estímulo para que a reviravolta aconteça. Neste domingo, na Luz, o Rio Ave foi um desafio bem complicado para o Benfica. Marcou primeiro, dominou durante boa parte do jogo e teve múltiplas oportunidades para marcar mais, mas as "águias" conseguiram encontrar o caminho da vitória. Triunfaram por 4-1 e terminam a primeira volta a apenas um ponto do líder Sporting, o que não é nada com meio campeonato ainda pela frente.

Sempre que encontra uma fórmula que chega para ganhar, Roger Schmidt segue com essa fórmula até à exaustão. O técnico alemão apostou no mesmo “onze” que tem sido vitorioso nos últimos jogos, mas isso também dá uma dimensão de previsibilidade ao futebol do campeão nacional e os adversários já sabem ao que vão. O Rio Ave parecia estar muito bem preparado para lidar com o plano de Schmidt, que tem sido, basicamente, criar condições para Rafa desequilibrar e deixá-lo resolver.

Logo aos 6’, foi o 27 do Benfica o protagonista da primeira ocasião de golo, com espaço para rematar, mas a bola foi desviada por Costinha. E, depois, só deu Rio Ave na meia-hora seguinte. Logo na resposta, Costinha avança pela direita, tira Morato do caminho e faz um cruzamento que viajou para o outro lado do campo, onde estava Fábio Ronaldo. O ala esquerdo parou a bola na relva e viu bem a presença de Guga Rodrigues no coração da área. A bola foi na sua direcção e longe do alcance de Trubin.

Motivada pelo golo, a equipa de Luís Freire fez mais do que dividir o jogo com o Benfica, assumiu o domínio e avançou para a baliza “encarnada” em busca de mais, sempre explorando os pontos fracos do seu adversário, as alas – percebeu-se, mais do que nunca, que Morato e Aursnes são laterais adaptados e sem rotina da posição. Trubin segurou várias bolas difíceis, incluindo uma quase impossível, num cabeceamento de Boateng na pequena área após cruzamento de Nóbrega.

Aos 29’, na única vez que teve espaço para correr, Rafa decidiu. Bola longa para o avançado, que a levou colada no pé até atrair os dois defesas que estavam por perto. Di María ficou sozinho para finalizar com classe e fazer o empate. O golo do argentino lançou o Benfica para um final de primeira parte mais equilibrado, com mais presença juntou à área de Jhonatan.

Logo após o intervalo, o Rio Ave voltou a encostar o Benfica às cordas e, nos primeiros três minutos do segundo tempo, acertou duas vezes no poste, primeiro por Boateng e, depois, por João Graça. Os vilacondenses pareciam absolutamente tranquilos, mas a expulsão de Aderlan aos 58’ – viu o segundo amarelo por jogar a bola com a mão numa jogada perto da sua área – acabaria por encaminhar o jogo na direcção do Benfica.

Assim que se viu a jogar com mais um, a “águia” colocou-se em vantagem, com António Silva a aproveitar da melhor maneira o ressalto de um remate falhado de Cabral aos 61’. Com a reviravolta e em superioridade numérica, o Benfica estabilizou e avançou para uma vitória robusta, com uma estreia a marcar para o reforço Marcos Leonardo, com um belo cabeceamento após cruzamento de Aursnes (80'), e com João Mário a dar o melhor seguimento após uma trivela de Rafa (91').

É a vitória que ficará para a história, a sétima consecutiva em todas as competições e a reaproximação ao topo do campeonato. Mas o resultado robusto esconde as enormes dificuldades por que o Benfica passou frente ao Rio Ave. Os vila-condenses só quebraram em definitivo quando ficaram a jogar com dez, mas deixaram à vista muitas imperfeições no campeão nacional.

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