Xutos & Pontapés celebram 45 anos de “rock à portuguesa” no Tokyo, em Lisboa

Concerto deste sábado, para 200 pessoas, esgotou em algumas horas. Banda inicia digressão comemorativa em Abril, no Pavilhão Multiusos de Guimarães.

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Tim, vocalista dos Xutos & Pontapés, em 2018, no festival Super Bock Super Rock, em Lisboa JOSÉ SENA GOULÃO/LUSA
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Os Xutos & Pontapés celebram, este sábado, 45 anos de "rock à portuguesa", com um concerto para 200 pessoas, já esgotado, no Tokyo, em Lisboa. Este espectáculo antecede a digressão Olá, vida malvada, que vai buscar o seu nome a uma faixa icónica do álbum Circo de Feras (1987) — casa de outros temas de destaque como a faixa-título, Contentores e Não sou o único — e que comemorará a carreira do grupo.

Os Xutos & Pontapés, ou aqueles que viriam a ser os Xutos, deram o seu primeiro concerto há precisamente 45 anos: a 13 de Janeiro de 1979, no salão de baile dos Alunos de Apolo, em Lisboa, tocaram quatro músicas em pouco mais de cinco minutos.

Na altura, o grupo, que chegou a chamar-se Delirium Tremens (e depois Beijinhos e Parabéns), integrava os jovens Zé Pedro, Kalú, Tim e Zé Leonel, influenciados pelo punk rock que entrava em força na cena musical estrangeira. No início da década de 1980, em anos diferentes, Zé Leonel abandonou o grupo, e entraram João Cabeleira e Gui.

Quarenta e cinco anos depois do primeiro concerto, o grupo persiste na música portuguesa, com mais de uma dezena de álbuns e muitas canções que servem de âncora para um clã do rock com milhares de fãs de várias gerações.

Na sexta-feira de manhã, a banda anunciou nas redes sociais a realização de um "concerto único" no Tokyo para festejar 45 anos "de rock à portuguesa", e para o qual seriam colocados à venda 200 bilhetes. Algumas horas depois, era anunciado que a lotação do concerto estava esgotada, com "a promessa de um concerto comemorativo de 45 anos a anunciar em breve onde todos possam estar presentes".

Em Dezembro, os Xutos anunciaram um concerto para 13 de Abril, no Pavilhão Multiusos de Guimarães. Será o primeiro da digressão Olá, vida malvada.

Mesmo depois da morte do guitarrista Zé Pedro, em 2017, a banda manteve-se activa, em palco e em estúdio, com Tim (vocalista e baixista), João Cabeleira (guitarrista), Gui (saxofonista) e Kalú (baterista).

No final de 2019, editaram 40 Anos a Dar no Duro, álbum duplo que reúne as 40 músicas mais marcantes da carreira da banda, alinhadas por ordem cronológica. A colectânea começa com Sémen, o primeiro single da banda. Com letra de Zé Leonel e música de Tim, foi lançado em 1981 pelo radialista António Sérgio, que produziu ainda o álbum de estreia da banda, 78/82 (1982). O alinhamento fecha com Mar de Outono, de Duro, o mais recente álbum de originais da banda, editado em Janeiro de 2019.

Duro foi o primeiro álbum que editaram após a morte de Zé Pedro, mas o registo inclui gravações feitas ainda por este emblemático guitarrista fundador.

Em 2022 e 2023, a banda assinalou os 35 anos de Circo de Feras com vários concertos pelo país, que chegaram a contar com a participação do guitarrista Tó Trips (Dead Combo e, agora, Club Makumba).