Efeito Taylor Swift está a chegar a Lisboa e hotelaria já regista aumento de procura

Em Londres, há hotéis esgotados perto do Estádio de Wembley. O mesmo aconteceu em Edimburgo, Liverpool e Cardiff. Em Lisboa, onde Swift actua em Maio, a procura aumentou 20%.

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Taylor Swift actua em Lisboa a 24 e 25 de Maio EPA/ALLISON DINNER
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O furacão Taylor Swift já se está a sentir em Lisboa. Nas datas dos concertos da Eras Tour, agendados para 24 e 25 de Maio, os hotéis da capital portuguesa já registam um pico de procura na ordem dos 20%, diz a Associação da Hotelaria de Portugal (AHP), citada pelo semanário Expresso. Todavia, considera, tal não é sinónimo de que os preços vão aumentar, tal como está a acontecer noutros países da Europa e nos Estados Unidos.

Uma rápida pesquisa na plataforma de reservas Booking revela que, na noite de 24 para 25 de Maio, a primeira data em que Taylor Swift vai encher o Estádio da Luz, “86% dos alojamentos estão indisponíveis”. Na noite seguinte, 25 de Maio, a percentagem apresentada é semelhante.

“Não se sabe qual é a motivação de quem reserva, mas de facto verifica-se nos hotéis de Lisboa um acréscimo de 20% nas ocupações naquelas datas em relação aos dias anteriores. Nos dias seguintes volta a cair”, confirmou Bernardo Trindade, presidente da AHP ao mesmo semanário. O PÚBLICO contactou a AHP para mais esclarecimentos, mas não obteve resposta até ao momento.

Se há um pico de procura, pode haver uma escalada de preços? Não é certo e o dirigente não estabelece uma relação directa entre os dois factores. “Não há uma atitude premeditada de aumentar os preços nessas datas, apesar de se verificar um aumento efectivo de ocupação.”

Noutros países, o fenómeno Taylor Swift já abala a hotelaria desde que a digressão europeia The Eras Tour foi anunciada, em Junho do ano passado. O primeiro concerto de 26 agendados acontece a 9 de Maio de 2024 em Paris, onde os preços dos hotéis já “dispararam” de acordo com o Le Monde, que, nesta semana, contou a história de vários fãs que não conseguiram bilhete. Um deles viaja até Madrid para ter oportunidade de ver o concerto mais mediático do ano. “A digressão de Taylor Swift, uma máquina incrível que impulsiona o turismo na Europa”, diz o jornal.

Em Londres, avança o The Times, os hotéis Premier Inn “esgotaram em minutos”, assim que foram anunciados os concertos no Estádio de Wembley, de 21 a 23 de Junho, dá conta o presidente executivo do grupo, Dominic Paul.

O mesmo aconteceu em Edimburgo, Liverpool e Cardiff, onde a cadeia Travelodge já está esgotada desde Agosto de 2023, um mês depois de serem vendidos os bilhetes para os espectáculos. “Locais como Edimburgo, Liverpool e Cardiff estão esgotados. Os nossos hotéis em Londres, perto de Wembley, estão esgotados. Os bilhetes para a digressão Eras são como ouro em pó”, declarou a empresa em comunicado, citado pelo The Guardian.

Nos Estados Unidos, a elevada procura também impactou os preços dos alojamentos. Segundo o estudo desenvolvido pela Lighthouse, tendo em conta os dados provenientes de 13 cidades americanas que acolheram concertos da Taylor Swift, o preço dos quartos aumentou cerca de 7,7% no mês anterior aos espectáculos e, durante o mês dos eventos, o valor aumento 7,2%, em comparação com o ano anterior.

“O facto de uma única digressão musical influenciar significativamente os preços médios nas principais cidades dos EUA, durante um mês inteiro, destaca a magnitude desta digressão e as suas implicações a longo prazo para a indústria hoteleira”, afirma o estudo.

Milhões, milhões, milhões

Quando se compara a The Eras Tour a ouro não é um exagero. Eleita personalidade do ano pela revista Time, Swift tornou-se recentemente multimilionária também graças aos concertos. De acordo com a Variety, já foram vendidos mais de 700 milhões de dólares (cerca de 660 milhões de euros) em bilhetes para os concertos, sem esquecer ainda o filme-concerto, que tem sido um sucesso em todo o mundo, ou as vendas em merchandising.

Resultado: mais de 900 milhões de dólares (cerca de 820 milhões de euros) só com a digressão de 2023, diz a Billboard. Em 2024, espera-se que o valor venha a duplicar com concertos desde a Austrália, Japão até toda a Europa e o Canadá, nos últimos meses do ano.

É claro que a artista de 34 anos tem de pagar a logística de cada espectáculo, estimada em mais de cem mil dólares (90.755 euros), bem como a toda a equipa, a quem deu um bónus de 50 milhões de euros por todo o esforço feito durante os concertos nos Estados Unidos. E a logística não é simples: são necessários 90 camiões e 300 pessoas para montar cada espectáculo.

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Além dos bilhetes com preços elevados e das consequências no turismo, os concertos são máquinas de dinheiro também para a moda. Por exemplo, neste Verão, tornaram-se virais os vídeos de fãs a vestirem-se para o concerto com coordenados que mimetizam os da própria cantora. Há até um site disponível que reúne roupas apropriadas para usar no espectáculo com sugestões de lojas onde comprar as peças propostas.

Apesar de não haver um valor estimado para o guarda-roupa da própria Taylor Swift, ao longo do espectáculo de três horas com um reportório de 44 canções, a artista muda de roupa 16 vezes. E é fácil imaginar que o custo das peças ultrapasse as dezenas de milhares euros, já que estão incluídas criações exclusivas de marcas de luxo como Alberta Ferretti, Nicole + Felicia, Versace ou Roberto Cavalli. São todas peças que os fãs vão poder ver em Maio, ao vivo, em Lisboa.

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