Jorge Sobrado vai ser o vice-presidente para a Cultura na CCDR-Norte
O despacho de nomeação já foi assinado pelo presidente da comissão, António Cunha, mas o actual director do Museu e das Bibliotecas do Porto só assumirá as suas novas funções a 19 de Fevereiro.
Escolhido pelo presidente da Câmara do Porto, Rui Moreira, no final de 2022, para assumir a direcção do Museu e das Bibliotecas do Porto, Jorge Sobrado vai regressar agora à Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte (CCDR-N) como vice-presidente para a Cultura e Património, ficando ainda com os pelouros da comunicação e das relações transfronteiriças, confirmou esta quinta-feira ao PÚBLICO o presidente da CCDR-N, António Cunha.
Afirmando-se “muito contente por poder contar com uma pessoa com as competências de Jorge Sobrado”, António Cunha conhece bem o nomeado, que era seu assessor nos domínios da comunicação e da cultura quando este transitou para a Câmara do Porto, onde rendeu Nuno Faria na direcção do então Museu da Cidade, cargo que acumulou com a gestão das bibliotecas municipais.
E se Jorge Sobrado parece ter mantido alguma ligação informal à CCDR-N depois de ter passado para a autarquia, agora fará o contrário, uma vez que já se comprometeu a comissariar, a título gracioso, as comemorações dos 50 anos do 25 de Abril a desenvolver pela Câmara do Porto, e deverá ainda responsabilizar-se pela exposição dedicada ao próximo autor em destaque na Feira do Livro do Porto, cujo nome deverá ser anunciado ainda este mês.
Para lá do nome que escolheu, a própria decisão de António Cunha de criar esta vice-presidência é significativo da importância que atribui à cultura e ao património. Foi, de resto, uma das vozes mais críticas do modo como o Ministério da Cultura desarticulou a gestão regional do sector ao extinguir as Direcções Regionais de Cultura sem integrar nas CCDR nenhum dos equipamentos que estas tutelavam.
Ainda assim, as CDDR receberão um conjunto importante de competências neste domínio, designadamente no âmbito dos pareceres e licenciamentos, e Jorge Sobrado poderá contar com uma equipa de quase 40 pessoas.
António Cunha reservará para si próprio os temas do desenvolvimento regional e da inovação, e criou ainda mais três vice-presidências, uma para as competências que a CCDR-N já desempenhava nos domínios do ambiente e do ordenamento do território, outra mais voltada para a gestão administrativa e financeira, e a última para a agricultura, uma nova área que contará com 600 funcionários, elevando o quadro de pessoal da CCDR-N, sublinha o presidente, “de 320 para mais de mil pessoas”.
Enquanto assessor de António Cunha em 2021 e 2022, Jorge Sobrado – irmão gémeo do presidente da recém-criada Museus e Monumentos de Portugal, E.P.E., Pedro Sobrado – colaborou na preparação e negociação do novo programa de fundos europeus para a região, o NORTE 2030, em particular nas áreas da Cultura, Património e Turismo.
Antes disso, entre 2017 e 2021, foi vereador da Cultura da Câmara de Viseu, devendo-se-lhe a criação do Pólo Arqueológico de Viseu e do Museu de História da Cidade, além do lançamento de festivais no âmbito da literatura e da arte pública.
Na sua breve passagem pela Câmara do Porto, reformulou o conceito do Museu da Cidade, transformando-o em Museu do Porto, e lançou o projecto Biblioteca Errante, uma rede de micro-bibliotecas que procurará atenuar o efeito do longo encerramento para obras da Biblioteca Pública Municipal do Porto.