Joana Sá ao piano, diante da ferida aberta

Num monumental projecto, a pianista e compositora ergue em A Body as Listening uma magnífica obra apontada à disrupção. Sexta e no dia 26, dá a escutar a música na Culturgest e no Gnration.

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No projecto A Body as Listening de Joana Sá cabem um livro, um disco, um concerto, uma instalação (física e virtual) e uma conferência-performance Vera Marmelo
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A haver um ponto de partida para o lugar onde Joana Sá se encontra neste momento, escreve a pianista e compositora em A Body as Listening, ele existirá no período entre 2002 e 2004 em que estudou com Jean Fassina, em Paris. Enquanto pedagogo, Fassina desenvolvera uma “pedagogia radical”, pedindo aos seus alunos que, durante três ou quatro meses, parassem de tocar repertório. Em vez de Bach ou Cage, Brahms ou Satie, deveriam “concentrar-se apenas na articulação, na escuta e na qualidade do som – escutando o ataque, escutando o lançamento, sentindo o impulso ‘eléctrico’ no dedo, controlando a tensão para ‘libertar’ o som, controlando todos os possíveis parâmetros na qualidade do som”. Num segundo momento, e superada a primeira tarefa, Fassina pediu à pianista que, durante sete meses, tocasse em exclusivo Kinderszenen (Cenas da Infância), um conjunto de 13 miniaturas de Schumann.

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