Governo diz que aumento dos salários dos polícias “deve continuar” depois das eleições

O ministro da Administração Interna esteve esta quarta-feira no Parlamento para falar sobre eleições, mas foi confrontado com os protestos das forças de segurança dos últimos dias.

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O ministro da Administração Interna lembrou que o Governo está em gestão e reconheceu que há que continuar a aumentar salários depois das eleições LUSA/MIGUEL A. LOPES
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O ministro da Administração Interna, José Luís Carneiro, defendeu que se deve continuar "o caminho de melhoria das condições de vida das forças de segurança". Aproveitando a presença do governante no Parlamento para a audição sobre a preparação das eleições, vários deputados questionaram o ministro sobre que respostas tem o Governo para os protestos dos agentes das forças de segurança dos últimos dias. José Luís Carneiro lembrou o que foi feito pelo executivo, assinalou que há medidas em execução e concordou que há mais trabalho a fazer "depois de 10 de Março". "É um caminho de valorização salarial e de condições de vida das forças de segurança que tem de continuar e que tem de ser reforçado, esse foi sempre o caminho que foi assumido e o compromisso com os sindicatos", declarou.

"O Governo encontra-se em gestão, não é em cima das eleições que se vai estar a derramar dinheiro sobre problemas que estão identificados e que têm vindo a ter uma resposta estruturada e duradoura", justificou, falando do investimento recente: "Fechámos em 2023 pagamentos de 118 milhões de euros de remunerações devidas aos polícias e que lhes foram sonegadas durante o período de assistência financeira", sublinhou.

José Luís Carneiro elogiou a confiança que os portugueses têm nas suas forças de segurança a nível nacional, "nos lugares cimeiros na confiança que os portugueses têm nas instituições", mas também a nível internacional, com a percepção das "forças de segurança pública entre as que mais confiança recolhem entre os países da OCDE".

Destacou ainda que, desde 2023 e até 2026, haverá um aumento salarial médio de 20% para as forças de segurança. O ministro destacou ainda que se aprovou o reforço do suplemento dos serviços das forças de segurança em 50 milhões de euros por ano e assinalou ainda o aumento do salário de agentes em início de carreira. "Há deputados que hoje falam de 1088 euros líquidos quando há uns meses falaram de 800 euros líquidos", disse.

O ministro lembrou ainda o investimento de 40 milhões de euros do Plano de Recuperação e Resiliência na construção de habitação destinada a elementos das forças de segurança em curso, bem como a requalificação de várias esquadras. "Há um esforço palpável", argumentou.

A contestação dos elementos da PSP e militares da GNR começou depois de o o Governo ter aprovado, a 29 de Novembro, o aumento de um suplemento de missão na Polícia Judiciária (PJ), que, nalguns casos, pode significar um acréscimo de 664 euros na remuneração mensal e que deixou as restantes forças de segurança de fora, multiplicando-se as exigências de um tratamento igual.

Estes protestos surgiram de forma espontânea e não foram organizados por qualquer sindicato. Ao movimento está ligada uma plataforma, composta por sete sindicatos da Polícia de Segurança Pública e quatro associações da Guarda Nacional Republicana, criada para exigir a revisão dos suplementos remuneratórios nas forças de segurança, mas que desde sexta-feira cortou relações com o Ministério da Administração Interna por alegada "falta de interesse, apatia e resistência à consagração de direitos dos profissionais da PSP e GNR". com Lusa

Notícia corrigida: Onde se lia construção de 40 mil casas, lê-se agora 40 milhões de euros do Plano de Recuperação e Resiliência na construção de habitação destinada a elementos das forças de segurança.

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