TC aceita inscrição de partido Nova Direita após três rejeições por irregularidades

Ossanda Liber tinha acusado o Tribunal Constitucional de “discriminação” pela forma como “foi conduzido o processo” e pelos argumentos invocados.

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Ossanda Liber, líder da Nova Direita Rui Gaudencio
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O Tribunal Constitucional (TC) aceitou esta terça-feira o pedido de inscrição do partido político Nova Direita, liderado por Ossanda Liber, depois de ter indeferido esta solicitação por três vezes devido a irregularidades no processo.

De acordo com um acórdão do TC datado desta terça-feira, a que a agência Lusa teve acesso, os juízes do Palácio Ratton decidiram "deferir o pedido de inscrição no registo próprio existente no Tribunal Constitucional do partido político com a denominação 'NOVA DIREITA'", que terá a sigla ND.

Em acórdão de 13 de Dezembro, o TC tinha indeferido pela terceira vez o pedido de oficialização do partido, considerando então que o projecto de estatutos não cumpria os requisitos legais.

Este ano, o movimento presidido por Ossanda Liber (que foi vice-presidente do partido Aliança) já tinha solicitado por outras duas vezes a inscrição como partido, mas o TC rejeitou-o então por falta de subscritores (mínimo de 7500 assinaturas) ou por ter detectado assinaturas inválidas.

Segundo os juízes, na última vez que rejeitou o pedido, "foram formuladas objecções de legalidade que determinaram a recusa de inscrição do Partido 'ND' no registo próprio existente no Tribunal, bem como recomendações ligadas a tais objecções".

"Neste momento apenas as objecções de legalidade relevam, e não as recomendações (que, por natureza não obstaculizam a inscrição de qualquer partido político no registo) ", justificam no acórdão datado de hoje.

Por isso, o TC decidiu que o projecto de estatutos e a declaração de princípios entregue pelo movimento "não suscitam qualquer questão de legalidade que justifique a não-inscrição do partido ND", explicando que não surgiram novas irregularidades e as que existiam encontram-se resolvidas.

Quando foi conhecida a terceira recusa do TC, a presidente do Nova Direita, através das redes sociais, anunciou que o movimento tinha apresentado novos estatutos ao Tribunal Constitucional, "na esperança de que a situação" fosse resolvida a tempo "para a participação nas eleições legislativas de 10 de Março".

Ossanda Liber considerou ainda que esta decisão do TC constituía "um revés significativo para o Nova Direita, que procura representar uma nova visão política e defender os valores e princípios conservadores que considera essenciais para o país".

"O Nova Direita considera que este indeferimento é uma forma de discriminação, que limita a capacidade do partido de contribuir para o debate político e para a representação dos seus eleitores", criticou então a líder do movimento, acusando os juízes do Palácio Ratton de discriminação "na forma como foi conduzido o processo e nos argumentos invocados que jamais foram exigidos a nenhum partido político em Portugal".